Governo decide não implementar horário de verão em 2024
Brasília, DF (Folhapress) – Em decisão anunciada nesta quarta-feira (16), o governo optou por não adotar o horário de verão em 2024, mesmo diante da recomendação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) para sua retomada devido à estiagem no país.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que vinha resistindo à medida, afirmou que as ações realizadas ao longo do ano possibilitaram que os reservatórios atingissem níveis que garantem a segurança energética, tornando desnecessária a implementação do horário especial neste verão.
Ele mencionou que a decisão de adotar o horário de verão no próximo ano será avaliada posteriormente. O ONS havia sugerido a medida como forma de aumentar a eficiência do Sistema Interligado Nacional, especialmente durante os horários de pico de demanda.
De acordo com o relatório do ONS, a implementação do horário de verão poderia reduzir a demanda máxima em até 2,9%, gerando economia no custo da operação estimada em cerca de R$400 milhões entre outubro e fevereiro ao diminuir a necessidade de geração termelétrica.
A decisão trouxe opiniões divergentes entre os setores da economia, com impactos positivos esperados para empresas de comércio, turismo e lazer, mas preocupações levantadas por setores como transporte aéreo e indústria, que teriam desafios para se ajustar.
A aviação, em especial, manifestou resistência à mudança nos horários, defendendo a previsibilidade e a importância de um prazo adequado para ajustes de horários e conexões, conforme apontado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
A população também se encontra dividida quanto ao horário de verão, como indicado por uma pesquisa recente do Datafolha, que apontou que 47% são favoráveis, 47% contrários e 6% indiferentes à medida.
O horário de verão foi implementado pela primeira vez no Brasil em 1931 e, desde então, passou por várias alterações nas datas de início e término, bem como na adesão de diferentes estados. Em 2019, foi abolido por decreto do presidente Jair Bolsonaro, levando em consideração as mudanças no padrão de consumo de energia no país.