Quinta-feira, Novembro 14, 2024
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Movimento negro expressa descontentamento em carta a Lula sobre Anielle

Dez entidades do movimento negro enviam carta ao presidente Lula criticando gestão do Ministério da Igualdade Racial

Um grupo formado por dez entidades do movimento negro enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressando críticas à atuação do Ministério da Igualdade Racial, liderado pela Ministra Anielle Franco. Entre as entidades signatárias estão a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e a Coordenação Nacional de Entidades Negras.

As principais preocupações levantadas no documento referem-se ao que foi descrito como “apagamento da participação social” nas decisões políticas relacionadas à igualdade racial. O grupo manifestou insatisfação com a falta de diálogo com o movimento negro na formulação das políticas raciais e ressaltou a ausência de contribuições desse setor.

Dentre as reclamações apresentadas, destacam-se os atrasos nos debates sobre a ampliação de cotas, na organização da 5ª Conferência Nacional de Igualdade Racial e na atualização do Plano Nacional de Igualdade Racial. Além disso, as entidades criticaram a falta de investimentos em comunidades quilombolas e a ausência de uma comunicação antirracista efetiva. O grupo solicitou a criação de uma mesa tripartite entre governo e movimentos sociais para ajustar as políticas raciais.

O movimento negro também se posicionou contra as “demissões injustificadas” de lideranças, citando o caso de Yuri Silva, ex-secretário do Sinapir, que foi recentemente exonerado. A carta foi enviada não apenas ao presidente Lula, mas também ao vice-presidente Geraldo Alckmin e a outros ministros, como Rui Costa e Alexandre Padilha, contando com o apoio de mais dez entidades.

Em resposta às críticas, o Ministério da Igualdade Racial justificou que a Conferência Nacional foi adiada para permitir a realização das etapas municipais dentro das regras eleitorais vigentes, e que o Plano de Comunicação Antirracista será lançado em novembro. Sobre as demissões, o ministério ressaltou que as decisões são prerrogativas da ministra e que as mudanças foram conduzidas através de diálogo. A pasta também enfatizou suas ações em comunidades quilombolas, como a titulação de 65 territórios em menos de dois anos.

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