Especialistas estimam que a proposta de implementar um imposto mínimo de 12% para milionários no Brasil pode aumentar a arrecadação governamental em até R$ 40 bilhões anualmente, porém, devido a possíveis estratégias de planejamento tributário dos contribuintes, esse valor pode ficar mais próximo de R$ 20 bilhões. Esse montante pode não ser suficiente para compensar a perda de receitas decorrente da promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de isentar o imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, estimada em ao menos R$ 45 bilhões.
O economista do Santander Brasil, Ítalo Franca, destaca que a taxação dos milionários apresenta limitações, pois os contribuintes podem ajustar seus planejamentos tributários para minimizar os impactos do novo imposto. Ele ressalta a importância de um equilíbrio na reforma tributária para evitar possíveis mudanças negativas no comportamento dos contribuintes.
Além disso, o economista ressalta a necessidade de uma discussão ampla e abrangente sobre a reforma da renda, considerando todos os aspectos e possíveis impactos. Ele também menciona outras simulações de cenários, como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, e possíveis formas de compensação para a perda de receitas, como a criação de faixas de renda com alíquotas mais altas para os mais ricos.
Diversos economistas têm opiniões divergentes sobre as medidas fiscais propostas, com destaque para a importância de aumentar os impostos para a parcela mais rica da população. A preocupação com a neutralidade e a sustentabilidade fiscal também é levantada, destacando a complexidade e os desafios envolvidos na reforma tributária.
Enquanto as discussões continuam, a equipe econômica do governo segue avaliando alternativas e soluções técnicas para a reforma tributária, em meio a um cenário político e econômico em constante análise e debate.