A morte do empresário Vinicius Gritzbach, que atuava como delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, tem gerado uma grande mobilização por parte da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Uma força-tarefa composta por treze policiais, entre militares e civis, está sob investigação devido à possível ligação com o crime ocorrido na última sexta-feira (8).
Entre os investigados estão oito policiais militares que estavam fazendo a escolta de Vinicius, e cinco policiais civis acusados de corrupção. Além dos agentes de segurança, um agente penitenciário, pessoas com dívidas pendentes com o empresário e membros do PCC também estão sendo investigados pelas autoridades.
As câmeras de monitoramento do aeroporto capturaram a ação de dois homens encapuzados, armados com fuzis, que atiraram contra o empresário. Além de Vinicius, um motorista de aplicativo foi morto e outras três pessoas presentes no local ficaram feridas. Os atiradores fugiram sem serem identificados.
Vinicius estava envolvido em processos por homicídio de dois membros do PCC e lavagem de dinheiro para a organização criminosa. Ele estava em liberdade condicional e havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público em abril, o que lhe garantia redução de pena em troca de informações sobre atividades ilícitas do PCC e agentes corruptos.
O acordo de delação revelou informações preocupantes. Em um dos áudios entregues ao MP, Vinicius mencionou que um advogado associado ao PCC ofereceu R$ 3 milhões a um policial civil para matá-lo. Ele também acusou agentes de segurança de exigirem R$ 40 milhões para pararem de investigá-lo como mandante de crimes relacionados à facção.
Até o momento, nenhum suspeito de cometer o crime foi identificado ou detido. As investigações estão em andamento, destacando os desafios e falhas no sistema de proteção a delatores que denunciam organizações criminosas.
