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Cid presta depoimento a Moraes com delação em destaque sobre possíveis omissões no plano golpista

Na quinta-feira (21), o tenente-coronel Mauro Cid será ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre possíveis omissões relacionadas a investidas golpistas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro irá decidir se mantém ou anula o acordo de delação premiada firmado por Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente.

A Polícia Federal apontou em um relatório enviado a Moraes que o militar tem descumprido os termos da delação, dificultando as investigações. A defesa de Cid alega que sua conduta está em conformidade.

A PF utilizou arquivos recuperados do celular de Cid nas investigações que levaram à prisão de cinco bolsonaristas suspeitos de envolvimento em um plano de golpe de Estado, incluindo possíveis atentados contra Lula, o vice Geraldo Alckmin e o próprio ministro Moraes. Cid nega conhecimento do plano, mas mesmo em caso de anulação da delação, as provas e depoimentos do militar permaneceriam válidos, embora ele perdesse os benefícios do acordo.

Moraes convocou o tenente-coronel para esclarecimentos relacionados à colaboração, apontando contradições entre seus depoimentos e as investigações da PF. A audiência está marcada para as 14h no STF.

Mauro Cid foi preso em maio de 2023 em uma operação sobre suposta fraude nos registros de imunização dele e de Bolsonaro contra a Covid. Em setembro do mesmo ano, após homologar o acordo de delação premiada, Moraes decidiu pela soltura do militar. A delação foi firmada no âmbito do inquérito das milícias digitais.

Na delação, Cid se tornou peça-chave nas investigações contra o ex-presidente, envolvendo questões como ataques ao sistema eleitoral, tentativa de golpe em 2022, caso das joias e fraude na carteira de imunização, entre outros assuntos.

Cid confirmou em sua delação que aliados de Bolsonaro monitoravam os passos de Moraes em 2022 com intenção de prendê-lo, caso necessário. Ele também relatou reuniões entre Bolsonaro e chefes militares para discutir estratégias jurídicas para um possível golpe. Os mesmos fatos foram corroborados posteriormente pelos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

Após a prisão de suspeitos de tramarem assassinatos, o tenente-coronel prestou depoimento à PF. A defesa de Cid, representada pelo advogado Cezar Bittencourt, argumenta que não há motivos para questionar a validade da delação e que o militar não participou de um plano golpista contra a posse de Lula.

Após o último depoimento de Cid, a PF enviou um relatório a Moraes apontando a suposta omissão do militar nas investigações. O ministro também acionou a Procuradoria-Geral da República para manifestar-se sobre a manutenção da colaboração de Cid.

Além disso, foram presos o general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, e outros suspeitos de participarem de um plano para impedir a posse de Lula, que incluía ações violentas. A delação de Cid havia sido questionada anteriormente, mas Moraes decidiu pela regularidade e legalidade dos benefícios pactuados com base na colaboração do militar.

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