O investigador da Polícia Civil, Eduardo Lopes Monteiro, que está sob suspeita de envolvimento em irregularidades ligadas à investigação da morte do traficante Anselmo Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, agora está envolvido em novas polêmicas. Monteiro foi mencionado por Antonio Vinícius Gritzbach, um delator recentemente assassinado no Aeroporto Internacional de São Paulo. Gritzbach alegou que Monteiro teria participado de um esquema que envolvia solicitação de propina no valor de R$ 40 milhões e desaparecimento de bens apreendidos.
Apesar de receber um salário líquido de R$ 11,9 mil, Monteiro foi sócio de duas empresas: a MD Construções e a Baronesa Motors. A primeira possuía terrenos em condomínios de alto padrão em Bragança Paulista, enquanto a segunda lidava com a venda de carros importados de luxo, como Mercedes-Benz e BMW. Embora tenha se desligado das empresas em 2023, sua esposa, que é médica, permanece como sócia. Além disso, a Baronesa Motors tinha como parceiro o filho do ex-delegado do Dops, Lourival Gaeta, que foi acusado de tortura durante a ditadura militar.
Os bens de Monteiro, incluindo terrenos e imóveis, estão sob investigação da Corregedoria da Polícia Civil. O advogado de Monteiro, Daniel Bialski, negou as acusações, classificando-as como “falsas e mentirosas” e argumentando que os fatos já foram arquivados pelo Ministério Público, além de destacar que as empresas foram devidamente declaradas.
A acusação de Gritzbach também envolve outros policiais, acusados de solicitar propinas milionárias e desviar itens valiosos, como relógios de luxo. Monteiro e outros agentes foram afastados, e as investigações estão em andamento sob a responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.