O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou que convidará Binyamin Netanyahu para visitar seu país, apesar de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional contra o premiê israelense. Orbán afirmou que a Hungria não seguirá as medidas do TPI e que a decisão da corte não terá efeito em seu país.
Essa declaração tem importância, considerando que os países-membros do TPI são responsáveis por aplicar suas decisões, o que poderia resultar na prisão de Netanyahu ao visitar nações que fazem parte do tratado. Apesar de ter ratificado o Estatuto de Roma em 2001, durante o primeiro mandato de Orbán, a Hungria desconsiderará o mandado de prisão contra o premiê israelense.
Orbán, conhecido por seu forte apoio a Netanyahu, criticou a decisão do TPI, alegando que se trata de uma medida política disfarçada de decisão jurídica, que mina a credibilidade do direito internacional. O mandado de prisão inclui acusações de crimes de guerra e contra a humanidade na Faixa de Gaza contra Netanyahu, Yoav Gallant e o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif.
Essa postura de Orbán pode gerar atritos com a União Europeia, da qual a Hungria faz parte, e que defende a aplicação dos mandados de prisão do TPI. Desde que assumiu a presidência rotativa do conselho da UE, Orbán tem gerado controvérsias, sendo criticado por suas relações com Moscou e sua postura em relação à Ucrânia.
A Hungria e a República Tcheca têm sido tradicionais aliados de Israel, enquanto outros países da UE, como Espanha e Irlanda, têm mostrado apoio aos palestinos. O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, também criticou a decisão do TPI, comparando líderes eleitos de um Estado democrático com líderes de uma organização terrorista, mas afirmou que Praga respeitará suas obrigações legais internacionais.