Rússia e Síria realizam bombardeios no noroeste da Síria após ofensiva de grupos armados
Nesta quinta-feira (28), a Rússia e a Síria bombardearam o noroeste da Síria em resposta a uma ofensiva de grupos armados na região, considerada o último reduto das milícias que lutam contra o ditador Bashar al-Assad, de acordo com fontes do Exército e rebeldes.
A ofensiva foi liderada pelo HTS (Hayat Tahrir al Sham), ex-braço sírio da Al Qaeda, que controla essa parte do país. Mais de dez cidades e vilarejos na província de Aleppo foram invadidos, resultando na morte de cerca de 130 pessoas, entre jihadistas e membros das forças do regime, conforme o OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos).
Esse é considerado o maior ataque desde março de 2020, quando Rússia e Turquia concordaram com um cessar-fogo para encerrar anos de combates na região, que resultaram no deslocamento de milhões de sírios.
As facções avançaram cerca de dez quilômetros a partir dos arredores da cidade de Aleppo e atacaram o aeroporto de al-Nayrab, a leste da cidade, onde milícias pró-Teerã têm presença.
Os rebeldes justificaram a ofensiva como uma resposta aos ataques aéreos russos e sírios contra civis em áreas ao sul de Idlib, cidade controlada pelo HTS. Segundo eles, mais de 80 pessoas, principalmente civis, foram mortas em ataques com drones desde o início do ano.
O HTS compete com grupos rebeldes mais convencionais apoiados pela Turquia, que também controlam faixas da fronteira com a Síria. O conflito na região tem provocado tensões e deslocamentos de milhares de pessoas.
O regime de Bashar al-Assad, com o apoio de forças russas e iranianas, tem recuperado o controle de grande parte do país desde o início da guerra civil em 2011, que já resultou em mais de 500 mil mortes e milhões de deslocados.