Sexta-feira, Setembro 20, 2024
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Funk e política: Gigantes do gênero se aproximam de figuras da direita e se afastam de Boulos

Donos de gravadoras de funk se afastam da esquerda nas eleições municipais de São Paulo

Durante as eleições municipais em São Paulo, proprietários de importantes gravadoras do cenário do funk expressaram publicamente seu apoio a candidatos não alinhados com a esquerda. Rodrigo Oliveira, da GR6, e Henrique Viana, conhecido como Rato da Love Funk, utilizaram suas redes sociais para manifestar apoio aos candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), respectivamente. Essas declarações foram criticadas por diversos artistas do meio artístico.

Em suas postagens, MC Hariel lamentou a facilidade com que essas pessoas obtêm apoio no movimento, enquanto Filipe Ret expressou tristeza ao ver o rap/funk apoiando posições políticas consideradas decadentes. Djonga destacou que há candidatos que, durante as eleições, fingem gostar de funk, ressaltando a falta de autenticidade nesses apoios.

O funk, historicamente associado a pautas da esquerda, tem sido alvo de críticas de políticos conservadores que relacionam o gênero ao tráfico de drogas e à sexualização das letras. Os debates políticos em torno do funk também incluem questões como a realização de pancadões, que são uma forma de lazer para jovens da periferia, mas que também geram problemas para os moradores devido ao barulho excessivo.

Especialistas enfatizam que o movimento do funk não é homogêneo e que apoios contraditórios não são novidade. Em 2018, por exemplo, cantores como Buchecha e Latino manifestaram apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, destacam que os donos de gravadoras são empresários, e esses apoios muitas vezes estão ligados a interesses comerciais.

Diante das críticas, os executivos das gravadoras minimizaram os apoios aos candidatos, destacando que são posicionamentos pessoais e não institucionais. Eles também criticaram a falta de procura do candidato Guilherme Boulos (PSOL) em relação aos artistas do meio.

Nesse contexto, a presença política dos artistas e produtores de funk reflete a diversidade de opiniões e identidades dentro desse gênero musical. O apoio a diferentes candidatos e partidos sugere um movimento de reavaliação e realinhamento ideológico dentro do cenário do funk em São Paulo.

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