Na última quarta-feira (26), a Polícia Civil de São Paulo cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência de Jean Kennedy de Souza, um jovem de 19 anos, indiciado por estupro de vulnerável. Durante a operação, a equipe policial encontrou um celular que, segundo o autor, havia sido formatado para ocultar evidências. No quarto do jovem, foram apreendidos diversos objetos com simbologia nazista, e materiais que indicam a comercialização de tais itens.
A investigação
De acordo com a delegada do caso, Patricia Chalfun, do 28° Distrito Policial, a investigação teve início em dezembro de 2024, quando o pai de uma adolescente de 12 anos, compareceu à delegacia mostrando a foto da filha ao lado de um homem mascarado, que estava com a mão em seus seios em frente ao espelho do quarto. Até o momento, apenas uma vítima de abuso sexual foi identificada, mas a polícia não descarta a possibilidade de haver outras, e já recebeu mais denúncias.
A adolescente que sofreu abuso está recebendo apoio psicológico, e laudos do psicólogo confirmam a necessidade desse suporte.
Envolvimento em rede de pedofilia
Com o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado na última quarta-feira (26), os policiais constataram que o celular de Jean continha conteúdo pornográfico envolvendo crianças, com idades entre 7 e 10 anos, configurando crime conforme o artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
No dispositivo também foram encontradas fotos de várias crianças mutiladas e ensanguentadas com a cruz suástica, o principal símbolo do nazismo.Além disso, os agentes descobriram que Jean possuía, em seu celular, diversas capturas de tela que mostravam o acesso dele na plataforma DISCORD, o que indica um possível envolvimento em uma rede de pedofilia.
Comercialização de objetos nazistas
A quantidade de objetos com simbologias nazistas encontrados, e a tentativa de esconder provas demonstram o envolvimento do indiciado com ideologias extremistas e sua periculosidade.
Dentre os itens apreendidos, estão chaveiros simbolizando a cruz suástica, adesivos,broches, bandeiras, imagens para serem aplicadas em peças e porta-retratos com símbolos que retratam o nazismo, reforçando a ideia de que o jovem comercializada tais materiais ilícitos.
De forma adicional, os policiais também recolheram uma arma de pressão, faca, soco inglês e canivete, o que ressalta a periculosidade do indicado.
Prisão
Diante da gravidade dos crimes e do risco à ordem pública, foi solicitada a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Jean pode ser indiciado por diversos crimes, incluindo estupro de vulnerável, racismo (artigo 20, parágrafo primeiro da Lei do Racismo) e armazenamento de cenas de sexo envolvendo crianças e adolescentes (artigo 241-B do ECA).
As próximas etapas da investigação incluem a espera por laudos solicitados e a identificação de outras possíveis vítimas. A polícia também alerta que prisões de outros envolvidos na rede de pedofilia podem ocorrer no decorrer das investigações.
Perigos virtuais
O caso serve de alerta para pais e tutores, no sentido de promover à seus filhos uma conscientização sobre os riscos de contatos virtuais com desconhecidos, e ensiná-los a usar a internet de maneira segura, monitorando suas interações online. Também é fundamental que diálogos abertos sejam realizados em casa, onde as crianças e os adolescentes possam se sentir seguros para compartilhar suas experiências.
Para denúncias, a população pode entrar em contato com os números 190 para situações emergenciais e 100 para o Disque Denúncia.