No sul da França, Dominique Pélicot, de 71 anos, admitiu durante o julgamento em Avignon nesta terça-feira (17) ter dopado sua esposa por uma década para permitir que dezenas de desconhecidos a estuprassem. Ele declarou no tribunal: “Eu sou um estuprador” e pediu desculpas à família, buscando perdão, embora reconheça que seus atos são imperdoáveis.
O caso chocante provocou debates sobre violência contra a mulher e levou milhares de pessoas a protestarem em várias cidades francesas em apoio à vítima, Gisèle Pélicot, que foi vítima de pelo menos 92 estupros entre 2011 e 2020, sendo dopada com ansiolíticos pelo marido.
Dominique também é acusado de violação de privacidade por filmar os abusos. Ele apontou outros homens como cúmplices, afirmando que eles tinham conhecimento dos estupros. Mais 50 homens estão sendo julgados no caso e todos enfrentam penas de até 20 anos de prisão por estupro de vulnerável.
O julgamento, que deve se estender até dezembro, revela detalhes perturbadores, como a influência de Dominique em outros homens para cometerem atos semelhantes. A advogada do réu mencionou traumas do passado como contribuintes para seu comportamento abusivo. Gisèle tornou-se um símbolo na luta contra a violência sexual na França, buscando conscientizar sobre os perigos da perda de consciência por drogas.
Ao admitir seus crimes, Dominique expressou remorso e a conscientização de que deve enfrentar as consequências de seus atos: “Nunca deveria ter feito isso. Estraguei tudo. Perdi tudo e devo pagar por isso”.
