Em 2018, durante uma reunião, o ex-CEO da OceanGate, Stockton Rush, fez uma afirmação controversa ao dizer que “ninguém morreria sob a sua supervisão”. Essa declaração veio à tona recentemente, após a Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgar a transcrição da conversa, que ocorreu durante a audiência sobre a implosão do submersível Titan em junho de 2023. A reunião envolveu Stockton Rush e David Lochridge, diretor de operações marítimas da empresa na época.
Durante o encontro, Lochridge expressou preocupações sobre problemas no design e nos testes do Titan, o que gerou descontentamento por parte de Rush. Posteriormente, Lochridge foi demitido e afirmou ter levado suas preocupações às autoridades competentes, como a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA.
As audiências da Guarda Costeira têm como objetivo investigar as causas da implosão do Titan e evitar futuros acidentes semelhantes. A complexidade da investigação se dá devido à profundidade em que o submersível implodiu, o que dificulta a recuperação de evidências.
A investigação irá apurar se houve negligência e, em caso de identificação de algum crime, o caso será encaminhado ao Departamento de Justiça. Engenheiros e executivos da OceanGate, incluindo o cofundador Guillermo Söhnlein, serão chamados para depor. Especialistas apontam que o uso de materiais experimentais, como fibra de carbono, pode ter contribuído para a implosão do Titan.
Além disso, foram divulgadas mensagens trocadas entre o Titan e o navio Polar Prince momentos antes do acidente, indicando que a tripulação do submersível comunicou que “estava tudo bem”. A última mensagem foi enviada às 10h47, quando o Titan estava a uma profundidade de pouco mais de 3.300 metros.
As investigações estão em andamento e a Guarda Costeira dos Estados Unidos enviará um relatório final e recomendações ao governo após o término das audiências.