A Polícia Federal identificou Jair Bolsonaro como peça central em um plano que visava abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Segundo relatório oficial, os investigadores apontaram que o ex-presidente “tinha plena consciência e participação ativa” nas ações clandestinas organizadas pelo grupo investigado.
Essas ações incluíram a promoção de narrativas contra o sistema eleitoral e a realização de reuniões para desacreditar as eleições de 2022, de acordo com informações do G1. Bolsonaro teria recebido e ajustado uma “minuta do golpe” elaborada por assessores próximos, como Filipe Martins e Amauri Feres Saad. O documento propunha medidas como a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente do Senado, além da convocação de novas eleições.
Após ajustes feitos a pedido de Bolsonaro, informações extraídas do celular do ex-ajudante de ordens Mauro Cid reforçaram o envolvimento direto do ex-presidente. O relatório também sugere que Bolsonaro convocou comandantes das Forças Armadas ao Palácio da Alvorada para discutir o documento e buscar apoio militar.
Enquanto o comandante da Marinha, Almir Garnier, demonstrou alinhamento, outros líderes, como o comandante do Exército Freire Gomes, resistiram à ideia. Após a recusa de alguns militares, Bolsonaro teria negociado com o comandante de Operações Terrestres, general Estevam Theóphilo, que aceitou o plano caso um decreto fosse assinado. As investigações indicam que o plano era altamente articulado e visava subverter a ordem democrática.
As ações, conforme os investigadores, iniciaram durante o mandato de Bolsonaro, sugerindo uma tentativa deliberada de impedir a transição de poder. O caso segue em análise pelas autoridades, com possíveis desdobramentos que podem ampliar as consequências legais para o ex-presidente e seus aliados.