Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 18, em 2023, havia 1,852 milhão de crianças e adolescentes no Brasil, com idades entre 5 e 17 anos, envolvidos em alguma forma de trabalho. Destes, 1,607 milhão estavam em situação de trabalho infantil, representando um aumento em relação aos anos anteriores.
Apesar disso, houve uma redução de 14,6% no número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil em 2023, totalizando 1,607 milhão de afetados, o menor valor desde 2016. Esses dados indicam uma tendência de queda do trabalho infantil no país, alinhada com a meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para ser alcançada até 2025.
Segundo o analista da pesquisa do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes, o aumento da renda das famílias e o incremento nos benefícios sociais, como o Bolsa Família, podem ter contribuído para essa redução. Ele ressaltou que nem todo trabalho realizado por crianças e adolescentes é considerado trabalho infantil, sendo levados em consideração critérios como a proibição de qualquer forma de trabalho até os 13 anos de idade pela legislação brasileira.
A região Nordeste concentrou o maior número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, com 506 mil casos, enquanto a região Norte apresentou a maior proporção da população nessa faixa etária nessas condições, com 6,9%, e o Sudeste teve a menor porcentagem, com 3,3%.