Nas eleições do Uruguai que ocorrerão no próximo domingo (27), o candidato favorito nas pesquisas, Yamandú Orsi da Frente Ampla e apoiado por José “Pepe” Mujica, poderá impactar a relação do Brasil com o Mercosul. Orsi pretende focar em acordos comerciais dentro do bloco sul-americano, ao contrário da abordagem do atual governo uruguaio, que ameaçou fechar unilateralmente um acordo com a China fora do Mercosul, o que gerou discordância com o Itamaraty.
Caso haja segundo turno, Orsi enfrentará Álvaro Delgado, do Partido Nacional, representando a continuidade da gestão atual. A Frente Ampla lidera as pesquisas, mas mantém cautela devido à possibilidade de união de votos da Coalizão Republicana.
O ex-presidente Lula deve oficializar seu apoio a Orsi após o primeiro turno. Os candidatos também possuem abordagens distintas em relação à Venezuela, com Orsi buscando uma negociação ativa, porém independente dos posicionamentos de Brasil e Colômbia.
Independentemente do resultado eleitoral, o próximo presidente do Uruguai enfrentará o desafio de lidar com as divergências no Mercosul, especialmente com a Argentina em questões de combate às desigualdades sociais. A gestão de Orsi também planeja implementar uma diplomacia presidencial semelhante à adotada no Brasil.
Em resumo, as eleições uruguaias têm o potencial de influenciar as relações comerciais do país com a China e a posição do Uruguai dentro do Mercosul.