Executivos da Lojas Americanas são acusados de insider trading pela CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acusou oito ex-executivos da Lojas Americanas de insider trading, prática que consiste no uso indevido de informações privilegiadas no mercado de capitais. A divulgação da informação ocorreu após a conclusão das investigações sobre as negociações de ações da empresa antes da revelação de “inconsistências contábeis” em janeiro de 2023.
Entre os acusados estão o ex-CEO Miguel Gutierrez, os ex-diretores Anna Saicali, Marcio Cruz, José Timotheo de Barros, e outros executivos de escalões inferiores. Eles terão a oportunidade de apresentar suas defesas. A CVM ressaltou que os acusados violaram tanto a legislação quanto as normas da comissão que proíbem o uso de informações não divulgadas para obter vantagens em negociações de valores mobiliários.
Além disso, a CVM informou que foi aberto um novo inquérito administrativo para investigar possíveis irregularidades em negociações com ativos da Americanas S.A. por pessoas sem vínculos com a empresa. Atualmente, a CVM possui duas investigações em andamento, dois processos administrativos sancionadores e 10 processos administrativos em fase de análise.
As “inconsistências contábeis” resultaram em um prejuízo de mais de R$ 25 bilhões e levaram a Lojas Americanas a solicitar recuperação judicial em 2023. O caso também está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, que apuram a manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações da PF incluem provas obtidas por meio de delações premiadas, documentos entregues e quebra de sigilos dos envolvidos.