O engenheiro químico mexicano Guillermo Fabian Ortiz, atualmente sob custódia na Operação Heisenberg, fez uma declaração polêmica que pode ter grandes repercussões. Segundo ele, agentes da Polícia de São Paulo estariam envolvidos em um esquema de desvio de drogas apreendidas, substituindo as substâncias ilícitas por produtos inofensivos, como sal de cozinha, para revender a droga original a traficantes.
A denúncia, revelada pela Revista Poder, surge em meio ao combate intenso ao tráfico e levanta dúvidas sobre a credibilidade do depoimento de Ortiz. Ele alega ter colaborado com as autoridades para prender grupos rivais, mas especialistas apontam a falta de provas concretas que sustentem suas afirmações.
Ortiz mencionou apenas um suposto policial ligado ao 77º Distrito Policial, sem fornecer detalhes que permitam comprovar suas alegações. Um investigador envolvido no caso comentou: “Tudo muito vago”, reforçando a suspeita de que ele possa estar tentando obter benefícios jurídicos, como redução de pena ou perdão judicial.
Um delegado, que preferiu não se identificar, alertou sobre a possibilidade de réus manipularem a verdade para negociar acordos favoráveis. “Tem que tomar cuidado com histórias sem pé nem cabeça”, afirmou.
Nos bastidores da investigação, o testemunho de Ortiz tem sido recebido com ceticismo. Ele chegou a mencionar um funcionário público já investigado em outro caso, mas não apresentou provas que o liguem ao suposto esquema. A defesa desse servidor negou as acusações e reafirmou sua inocência.
As autoridades planejam uma análise minuciosa das alegações, mas, sem evidências concretas, dificilmente haverá qualquer ação imediata.
“Tem que separar o que é estratégia de defesa do que é fato”, resumiu um delegado.
Além disso, investigações recentes indicam que Ortiz pode ter dado informações inconsistentes durante seu interrogatório. Um vídeo com seu depoimento será divulgado na próxima segunda-feira (24), e, segundo fontes ligadas ao caso, ele faz referência a policiais cujas características não coincidem com as dos investigados.
