Na terça-feira, 19 de julho, o ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, o general da reserva Mário Fernandes, foi detido pela Polícia Federal durante a Operação Contragolpe. A ação visava desmantelar uma quadrilha acusada de planejar o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes do STF, em dezembro de 2022, com o intuito de impedir a posse de Lula e realizar um golpe de Estado.
Mário Fernandes ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante a gestão do general Luiz Eduardo Ramos e assumiu interinamente como ministro em meio às mudanças promovidas por Bolsonaro. Após sair do governo, ele atuou na liderança do PL na Câmara dos Deputados como assessor do deputado federal Eduardo Pazuello, sendo afastado em março deste ano por determinação de Alexandre de Moraes.
Além disso, o general está sob investigação em um inquérito que apura uma suposta conspiração para um golpe de Estado com o objetivo de evitar a posse de Lula, juntamente com outros ex-ministros e ex-militares. Antes de ser afastado, recebia um salário de R$ 15.629,42 na Câmara dos Deputados. Apesar das acusações, Fernandes sempre negou participação em qualquer atividade golpista.
A Operação Contragolpe resultou na detenção de outros suspeitos, incluindo militares do Comando de Operações Especiais do Exército e um policial federal. A Polícia Federal afirmou que Fernandes integrava um grupo de oficiais de alta patente no Exército encarregados de persuadir membros das Forças Armadas a apoiarem um golpe.
Em uma reunião gravada em vídeo em julho de 2022, conhecida como “reunião do golpe”, Mário Fernandes mencionou “um novo golpe de 64” ao pressionar por mudanças no sistema eleitoral. No entanto, ao ser convocado para depor pela PF em fevereiro de 2024, preferiu permanecer em silêncio, alegando falta de acesso ao conteúdo completo das investigações.
Tanto Fernandes quanto outros envolvidos sempre negaram qualquer envolvimento em atividades golpistas. Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, também foi alvo de operações relacionadas a essas acusações, porém negou categoricamente qualquer ligação com planos de golpe de Estado.