O governo de São Paulo formalizou a demissão do auditor fiscal Gilson Bicego após sua condenação em um processo administrativo que investigava alegações de corrupção. Ele foi acusado de receber propina no valor de R$ 1 milhão para evitar multas a um frigorífico que teria sonegado R$ 32 milhões em tributos. As negociações para o suborno teriam acontecido em uma churrascaria em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
A decisão de exoneração, fundamentada no interesse público, foi anunciada no Diário Oficial do Estado pelo secretário da Fazenda de São Paulo, Samuel Kinoshita. Bicego foi implicado na Operação Cadeia Alimentar, que investigava as irregularidades. O empresário Geraldo Zana, proprietário do frigorífico Mult Beef e acusado de subornar os fiscais, foi condenado por corrupção em segunda instância em 2023.
Detalhes do caso vieram à tona por meio da colaboração premiada de Zana, que admitiu os pagamentos ilegais. Durante o processo disciplinar, o contador Valmir Ferrato relatou que representou Zana em uma reunião com os fiscais na churrascaria Cochila dos Pampas, onde acertaram o pagamento da propina.
Inicialmente, Zana propôs oferecer uma residência avaliada em R$ 850 mil e propriedades rurais em Goiás aos fiscais, mas estes rejeitaram e exigiram o pagamento em dinheiro. Dessa forma, foi acordado um parcelamento da propina, com pagamentos realizados até 2013. Um motorista da empresa Mult Beef foi encarregado de levar Ferrato para efetuar as entregas dos valores.
Além disso, a Operação Cadeia Alimentar deteve Zana sob suspeitas de participação em fraudes em licitações para merenda escolar em 32 municípios paulistas, enquanto já estava sendo investigado por subornar fiscais estaduais.
