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Força-tarefa indicia PMs por assassinato de delator do PCC

Nesta segunda-feira (11), a força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou o indiciamento de três policiais militares envolvidos no assassinato do empresário Vinicius Gritzbach. O crime, que chocou a sociedade, ocorreu em 8 de novembro de 2024, nas proximidades do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e foi registrado por câmeras de segurança.

Vinicius Gritzbach, conhecido por sua delação contra membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi alvejado por disparos de fuzil. Os policiais indiciados pela Polícia Civil são o cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues, apontados como os executores do crime, e o tenente Fernando Genauro da Silva, que teria atuado como motorista. Todos estão atualmente detidos no Presídio Romão Gomes, na Zona Norte de São Paulo.

O indiciamento se deu por homicídio quintuplamente qualificado, devido às várias circunstâncias graves envolvidas na ação criminosa:

  1. Motivação torpe, com o objetivo de criar pânico e demonstrar o poderio do crime organizado;
  2. Uso de armamento restrito em uma área de grande circulação, como o aeroporto;
  3. Execução em emboscada, dificultando qualquer chance de defesa da vítima;
  4. Ação visando ocultar crimes anteriores ou garantir impunidade;
  5. Emprego de armas de fogo com restrições legais.

A investigação revelou que os policiais agiram com a intenção clara de matar Gritzbach, ignorando o risco de causar danos a terceiros. Um motorista de aplicativo foi uma das vítimas fatais, atingido por uma bala perdida durante a ação.

Além do homicídio qualificado, os policiais também enfrentarão acusações por associação criminosa. O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) solicitou a conversão das prisões temporárias dos indiciados em preventivas, sem previsão para soltura.

As investigações ainda buscam identificar e prender os mandantes do crime: Emílio Carlos Gongorra, conhecido como ‘Cigarreira’, Diego Amaral, chamado ‘Didi’, e Kauê Amaral, um observador associado ao grupo. Todos possuem mandados de prisão temporária e são considerados foragidos.

Atualmente, o inquérito está em fase final, com aproximadamente 5 mil páginas compiladas. A força-tarefa deve encaminhar um relatório detalhado ao Ministério Público na próxima sexta-feira (14). Este documento, com 500 páginas, servirá como base para que a Justiça decida sobre novas prisões relacionadas ao caso.

Investigações adicionais estão sendo conduzidas para apurar a participação de outros indivíduos que possam ter contribuído para a execução do crime ou facilitado sua realização, seja por financiamento ou omissão na proteção do empresário.

No dia 27 de fevereiro deste ano, 12 pessoas foram denunciadas à Justiça por envolvimento com o PCC e outras atividades ilícitas. A operação revela um sistema complexo, no qual agentes públicos colaboram com organizações criminosas para facilitar suas operações.

A denúncia inclui pedidos para que os acusados paguem cerca de R$ 40 milhões como reparação pelos danos sociais causados pelas suas ações criminosas.

Vinicius Gritzbach era um empresário do setor imobiliário investigado por lavagem de dinheiro vinculada ao PCC. Ele havia realizado um acordo de delação premiada com o Ministério Público, revelando nomes associados à facção criminosa e membros da polícia que extorquiram dinheiro dele.

‘Cigarreira’ é considerado o principal responsável pela ordem do assassinato, tendo supostamente contratado os policiais para executar Gritzbach em plena luz do dia.

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