A Polícia Federal prendeu o general de brigada Mário Fernandes, ex-secretário-executivo do Palácio do Planalto, por suposta participação em um planejado golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele é acusado de orientar grupos como o ‘pessoal do agro’, caminhoneiros e bolsonaristas acampados em frente ao QG do Exército em Brasília após as eleições de 2022.
Segundo a Operação Contragolpe, mensagens por WhatsApp revelaram que o general orientava os golpistas e recebia solicitações diretas de radicais. Três interlocutores de Mário Fernandes foram identificados, incluindo o marido de uma manifestante radical detida por participação nos eventos de dezembro de 2022.
Considerado um dos militares mais radicais do governo Bolsonaro, Mário Fernandes teria promovido ações antidemocráticas, incluindo participação em atos bolsonaristas após a derrota do ex-presidente nas eleições. As mensagens trocadas com civis e militares indicaram que ele era o ‘ponto focal’ do governo com os manifestantes.
Além disso, o general teria influenciado um militar ligado à ‘comunidade evangélica’, que defendeu medidas extremas em apoio a Bolsonaro. A investigação apontou que Fernandes fornecia orientações e apoio financeiro aos manifestantes acampados em Brasília.
Em uma comunicação com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o general mencionou a ‘emoção’ de um caminhoneiro no acampamento do Exército. Entretanto, em áudios posteriores, expressou frustração com a demora na consumação do golpe e pediu ao então ministro da Secretaria-Geral da Presidência para ‘blindar’ o presidente contra desestabilizações.
A investigação destacou a conexão de Mário Fernandes com vários grupos e indivíduos envolvidos em atos antidemocráticos, ressaltando seu papel como orientador e apoiador dessas ações. Sua prisão ocorreu no âmbito da Operação Contragolpe, que visa esclarecer o planejamento e a execução de ações que visavam subverter a ordem democrática no país.