O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, expressou sua visão otimista em relação às novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos durante um evento realizado nesta terça-feira (8) pelo Bradesco BBI. Tarcísio afirmou que essa situação pode abrir “uma janela de oportunidade para o Brasil”, especialmente para o setor agroindustrial.
Durante sua participação no evento, que contou também com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governador destacou que as novas medidas tarifárias poderiam beneficiar o Brasil ao possibilitar a abertura de mercados anteriormente inacessíveis. “Talvez pela nossa menor relevância no comércio exterior com os EUA, não fomos tão impactados em termos de tarifas. Contudo, agora temos uma grande oportunidade. Se soubermos aproveitar essa situação, podemos expandir para novos mercados e catalisar acordos como o do Mercosul com a União Europeia”, disse Tarcísio.
A declaração do governador se refere ao aumento de 10% nas tarifas sobre produtos brasileiros anunciado recentemente pelo ex-presidente Donald Trump, uma medida considerada menos severa em comparação às tarifas aplicadas a países como Reino Unido, Cingapura e Austrália.
No mesmo evento, Tarcísio também abordou a necessidade de uma reforma orçamentária e criticou as políticas assistencialistas implementadas pelo governo federal. Ele enfatizou que a população busca prosperidade e autonomia. “As pessoas desejam crescer e empreender. A agenda puramente assistencialista perderá relevância com o tempo; as pessoas querem se desenvolver e criar seus próprios negócios. Precisamos transformar a assistência em uma agenda de emancipação, caso contrário, corremos o risco de perpetuar um ciclo de fracasso”, argumentou.
O ministro Fernando Haddad também comentou as tarifas americanas, ressaltando que o Brasil se encontra em uma posição relativamente favorável no cenário global atual. “Em meio ao incêndio, estamos mais próximos da porta de saída”, observou Haddad.
Além disso, o ministro alertou que as tarifas não são apenas uma questão econômica, mas refletem uma disputa pela hegemonia global. “O foco não é apenas econômico; trata-se de quem liderará a próxima fase do desenvolvimento global. Os Estados Unidos estão mais preocupados com a China do que com a América do Sul ou mesmo a Europa”, enfatizou.
Haddad concluiu que os EUA podem ter superado seus aliados na chamada “corrida da globalização”, mas agora enfrentam um desafio significativo representado pelo crescimento da China como uma potência militar e econômica.