Na manhã de quarta-feira (16), os moradores da Grande São Paulo enfrentavam os desafios de uma prolongada interrupção no fornecimento de energia que já durava mais de 100 horas. Segundo a Enel, cerca de 100 mil residências ainda estavam sem luz até as 6h. Dentre esses casos, aproximadamente 7,6 mil eram consequências diretas da tempestade que atingiu a região na sexta-feira anterior.
Após a tempestade, os reparos foram iniciados imediatamente, mas a falta de uma previsão precisa para a normalização total causou descontentamento. Em resposta, o governador Tarcísio de Freitas reuniu-se com prefeitos da região metropolitana e anunciou que solicitará uma intervenção federal no contrato de concessão da Enel, destacando a urgência de uma solução rápida para evitar incidentes semelhantes no futuro.
A falta de energia afetou não apenas os moradores, mas também setores essenciais da economia. A FecomercioSP estimou prejuízos de R$ 1,65 bilhão durante os quatro dias de apagão, com o comércio sofrendo perdas superiores a R$ 500 milhões. Diversas empresas enfrentaram dificuldades operacionais, e estabelecimentos como mercados, restaurantes e farmácias recorreram a geradores para minimizar danos e manter o atendimento básico.
Além dos impactos econômicos, serviços essenciais foram prejudicados, levando escolas estaduais a cancelar aulas até a conclusão das manutenções elétricas. Enquanto isso, a Enel disponibilizou 500 geradores para hospitais e unidades de saúde dependentes de energia para equipamentos críticos.
O governo federal, por meio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou uma força-tarefa com outras concessionárias de energia para ajudar na resolução do problema, aumentando o número de profissionais e disponibilizando mais de 200 caminhões para os reparos necessários. No entanto, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, não conseguiu estabelecer um prazo definitivo para a normalização do serviço, atribuindo os danos às intensas rajadas de vento que atingiram a capital paulista. A falta de um cronograma preciso gerou críticas tanto da população quanto das autoridades.