Um mandado de prisão foi emitido pela Justiça da Venezuela contra Edmundo González, de 75 anos, candidato da coalizão da oposição nas eleições em que Nicolás Maduro saiu vitorioso. A solicitação de prisão foi feita pelo Ministério Público, liderado pelo procurador-geral Tarek Saab, devido à recusa de González em comparecer para prestar depoimento em uma investigação sobre possíveis irregularidades eleitorais. González, que concorreu após a proibição da líder opositora María Corina Machado, critica a atuação do Ministério Público, alegando que não teria um julgamento justo se comparecesse. Até o momento, ele não foi oficialmente notificado sobre o mandado de prisão.
O Ministério Público acusa González de diversos crimes, como desobediência, falsificação de documentos, conspiração, usurpação de funções e sabotagem, crimes que poderiam resultar em até 30 anos de prisão. As acusações estão relacionadas à divulgação de informações eleitorais em um site utilizado pela oposição para afirmar a vitória de González, que alega ter recebido mais de 7,3 milhões de votos.
Especialistas consideram o processo questionável, pois as intimações não especificaram o papel de González na investigação, como acusado, testemunha ou especialista, como requerido pela legislação venezuelana. Além disso, o governo de Maduro não reconhece a vitória de González, declarando a própria vitória com 52% dos votos.
O clima político tenso se intensificou com a ordem de prisão contra González e outras detenções de opositores, como Biagio Pilieri. María Corina Machado denunciou o desaparecimento de um advogado da oposição, Perkins Rocha, e afirmou que seguirão em frente apesar das tentativas de intimidação do governo.
