Nesta sexta-feira (15), durante o feriado da Proclamação da República, manifestantes de movimentos sociais e sindicais se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a proposta da escala de trabalho 6×1. Esse modelo prevê seis dias de trabalho seguidos por apenas um dia de folga. Os protestos também ocorreram em outras capitais do país, como Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, refletindo a crescente insatisfação com as condições de trabalho no Brasil.
A principal reivindicação dos manifestantes é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe reduzir a carga horária semanal máxima de 44 para 36 horas, distribuídas em até quatro dias de trabalho.
A PEC é resultado do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), liderado por Rick Azevedo (PSOL), vereador eleito no Rio de Janeiro. Com mais de 1,6 milhão de assinaturas de apoio, a proposta já atingiu o número mínimo de deputados necessários para tramitar na Câmara e agora aguarda análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Os defensores da PEC argumentam que a mudança pode melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, proporcionando mais tempo para atividades de lazer, convívio familiar e estudos. Por outro lado, críticos apontam possíveis impactos econômicos, alertando que a redução da jornada de trabalho pode aumentar os custos operacionais, resultando em cortes de empregos ou repasses de custos aos consumidores.
Além dos protestos em São Paulo, que começaram por volta das 9h na Avenida Paulista, manifestações semelhantes ocorreram em diversas cidades do país, organizadas por sindicatos como a CSP-Conlutas e diversas categorias profissionais, como os metroviários.
Em São Paulo, a ocupação da Avenida Paulista foi facilitada pelo feriado, visto que a via já estava interditada para veículos. Contudo, a manifestação causou congestionamentos em vias adjacentes, como a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Alameda Santos.
