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Mobilização reúne milhares de petroleiros em Santos e Cubatão; sindicatos alertam para novas paralisações

Milhares de petroleiros do litoral de São Paulo decidiram realizar na última quarta-feira (26), uma greve nacional da categoria. A paralisação, que teve duração de 24 horas, reuniu trabalhadores de unidades em Santos e Cubatão e foi convocada pelos sindicatos para pressionar a Petrobras a rever mudanças em seus benefícios e condições de trabalho. As federações responsáveis por organizar a paralisação alertam para a possibilidade de novas mobilizações caso as reivindicações não sejam atendidas.

“A greve não é apenas um ato de protesto, é um grito por respeito e valorização. Se for preciso, a paralisação se estenderá por quantos dias forem necessários, até que nossas demandas sejam ouvidas e atendidas’, diz o comunicado do Sindipetro-LP (Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista).

Motivações da greve

A paralisação foi motivada por uma série de insatisfações da categoria. 

Dentre as principais queixas estão:

  • Redução da Participação nos Lucros e Resultados (PLR): A Petrobras aplicou um corte de 30% no valor do benefício, mesmo após registrar lucros expressivos nos últimos balanços financeiros. Os trabalhadores consideram a medida injusta e desproporcional.
  • Mudanças no regime de teletrabalho: A estatal determinou a obrigatoriedade do trabalho presencial de dois para três dias por semana, sem prévia negociação com os sindicatos. A decisão altera a rotina dos trabalhadores e é vista como um retrocesso.
  • Condições de trabalho e segurança: A categoria denuncia uma crescente sobrecarga de trabalho, devido ao corte no efetivo. Além da falta de investimentos na infraestrutura das unidades operacionais, o que pode comprometer a segurança dos trabalhadores e das instalações.

Impactos da greve

A adesão da categoria foi expressiva, mobilizando trabalhadores de diversas unidades da Petrobras no litoral paulista. Em algumas refinarias e terminais, houve atraso na troca de turno e paralisação parcial das atividades. Os sindicatos destacam que a greve é um alerta para a empresa e que, caso as demandas não sejam atendidas, novas paralisações podem ocorrer.

Movimentos semelhantes também foram registrados em outras regiões do país, ampliando a pressão sobre a direção da Petrobras.

O que diz a Petrobras

Em nota, a Petrobras afirmou que a paralisação não afetou significativamente suas operações e afirmou que continuará em diálogo com os sindicatos e federações para discutir as mudanças no regime de trabalho e na PLR. A empresa destacou que as alterações são necessárias para a melhoria de processos e que os ajustes foram feitos dentro da legalidade.

A Petrobras afirma que busca soluções equilibradas para atender tanto às demandas dos trabalhadores quanto às necessidades da companhia.

Os trabalhadores, no entanto, argumentam que as decisões foram tomadas de forma unilateral, sem aviso prévio e que a falta de uma negociação justa está intensificando a insatisfação da categoria.

Próximos passos

Os sindicatos aguardam um posicionamento oficial da Petrobras para dar continuidade às negociações. Caso as demandas não sejam atendidas, a categoria avisa que há possibilidade de novas paralisações.

“Não vamos negociar retrocessos! Negociação é para construção e melhorias, para retrocesso a resposta é greve”, diz um trabalhador que aderiu ao movimento grevista. 

A mobilização dos petroleiros no litoral paulista reflete um momento de tensão na relação entre os trabalhadores e a empresa. A expectativa é de que as partes encontrem uma solução negociada para evitar impactos maiores no setor e garantir condições justas para os profissionais.

A estatal

A Petrobras é uma das maiores empresas de energia do mundo e desempenha um papel estratégico e fundamental na economia brasileira. Fundada em 1953, a companhia tem grande influência no mercado de petróleo e gás, sendo responsável pela exploração, produção, refino e distribuição desses recursos.  

Nos últimos anos, a empresa passou por uma série de mudanças, incluindo um processo de privatização parcial, além de ajustes operacionais e reestruturação financeira. Essas transformações causaram um grande impacto aos trabalhadores, resultando em sucessivas mobilizações sindicais.  

O embate atual entre os sindicatos e a estatal reflete um histórico de disputas entre a administração da empresa e seus funcionários, especialmente em momentos de reestruturação e mudanças nas políticas internas. 

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