A produção de café no Brasil está incorporando a inteligência artificial (IA) para aprimorar a qualidade e rastreabilidade do grão, por meio de uma parceria entre as cooperativas Minasul e Cooxupé, junto com a startup ProfilePrint de Cingapura. Essa tecnologia visa substituir os métodos tradicionais de avaliação sensorial, fornecendo análises precisas e rápidas sobre a composição e qualidade dos grãos.
A tecnologia da ProfilePrint consegue identificar mais de 10 mil características do grão em questão de segundos, oferecendo uma análise digital detalhada da amostra. Ela consegue detectar defeitos visíveis e invisíveis, como mofo e fermentação indesejada, que poderiam passar despercebidos, evitando rejeições no mercado internacional.
Além disso, utilizando um scanner que coleta dados moleculares do café e processa essas informações por meio de IA, a tecnologia gera um relatório completo sobre a composição e características do grão. O equipamento é de fácil operação e portátil, o que permite que produtores de diferentes tamanhos realizem suas próprias avaliações.
Essa integração da IA é especialmente relevante para o setor cafeeiro brasileiro, considerando a iminência de regulamentações mais rigorosas sobre rastreabilidade, como a Lei Antidesmatamento da União Europeia. Embora a tecnologia não tenha sido desenvolvida especificamente para atender a essas leis, ela pode contribuir para o processo de rastreabilidade.
A ProfilePrint já está presente em aproximadamente 60 locais em diversos países, sendo o Brasil um mercado estratégico para a empresa, que também tem potencial para ser aplicada em outras culturas agrícolas. As parcerias estabelecidas com cooperativas e grandes players do agronegócio brasileiro evidenciam o potencial da tecnologia para transformar o setor.
