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Polícia de SP investigará vereador que propôs CPI contra padre Júlio Lancellotti

A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para apurar se o vereador Rubinho Nunes (União-SP) cometeu crime de denunciação caluniosa na tentativa de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o padre Júlio Lancellotti.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o 1º Distrito Policial atendeu a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

“Diligências estão em andamento, visando o total esclarecimento dos fatos. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, diz o comunicado.

O MP-SP foi acionado pelos representantes do Instituto Padre Ticão, que atuam em favor de Lancellotti.

Os advogados do instituto sugerem, na notícia-crime apresentada em 5 de janeiro, que houve abuso de autoridade por parte do vereador, apontando que não houve indício de irregularidades que justificariam a instalação da CPI.

“Além de atacar o padre Júlio, o que a ameaça dessa instalação faz é principalmente atacar essa população vulnerável”, afirmou o advogado André Jorgetto, um dos representantes do instituto, à CNN.

Procurado pela CNN, o vereador Rubinho Nunes considerou que o inquérito se trata de um “absurdo em várias camadas”.

“Tudo isso é uma tentativa bizarra de intimidação para acobertar tanto o Sr. Lancelotti quanto as ONGs que atuam na região central e lucram com a miséria. Isso pode até funcionar com outros políticos, mas comigo apenas serve de motivação para investigar”, diz o comunicado.

Relembre o caso

No final de 2023, o vereador Rubinho Nunes protocolou um pedido de abertura de uma CPI para investigar as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam no centro de São Paulo, incluindo as atividades do padre Júlio Lancellotti.

Embora o requerimento não citasse nenhuma entidade, Nunes disse à CNN, na época dos fatos, que, inicialmente, seriam investigadas duas organizações: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e a Craco Resiste.

No texto, também não havia menção direta a Lancellotti, mas o vereador afirmou na ocasião que ele seria convocado.

“Ele capitaneia tudo isso, então ele é uma figura que vai ser convocada tão logo a CPI seja instalada.”

A repercussão do caso fez com que diversos vereadores anunciassem que retirariam assinatura do requerimento.

Sem ter conseguido a instalação, um requerimento reformulado foi protocolado por Nunes em março. Até o momento, o pedido não foi colocado em pauta para votação.

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