Quarta-feira, Abril 30, 2025
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Polícia investiga contaminação ambiental ligada à mineradora PGV e obra milionária em Santos

Os sócios da mineradora PGV foram formalmente indiciados sob suspeita de realizar despejos e transportes irregulares de lama betonímica, um resíduo proveniente da construção civil que contém metais pesados e substâncias tóxicas. Esta investigação emergiu após denúncias sobre práticas inadequadas na gestão de resíduos.

A PGV é proprietária de um terreno localizado em São Vicente, onde foi constatado que o solo já apresenta contaminação. Relatórios técnicos elaborados pela Polícia Civil indicam que a recuperação do local e áreas adjacentes poderá levar mais de duas décadas. Alarmantemente, até mesmo uma escola nas proximidades está sob risco de contaminação de seu solo e abastecimento hídrico.

A apuração teve início com a denúncia de que a lama estava associada à construção de um condomínio de luxo na Avenida Presidente Wilson, em Santos, onde os apartamentos são avaliados em até R$ 6 milhões e oferecem vistas privilegiadas para o mar.

Durante as investigações, agentes policiais monitoraram caminhões que transportavam os resíduos diretamente do canteiro de obras para o terreno da PGV. Os documentos obtidos revelam que apenas os sócios da mineradora foram indiciados, enquanto a construtora responsável pela obra não foi incluída nas acusações. Os representantes da PGV negam ter atuado diretamente no projeto do condomínio.

No entanto, evidências colhidas pela Polícia Civil, incluindo mensagens em celulares apreendidos com funcionários da empresa, indicam discussões sobre o transporte da lama, o qual deve seguir uma série rigorosa de requisitos e autorizações para ser manuseado legalmente.

“Os policiais acompanharam a movimentação dos caminhões que saíam do canteiro localizado na Avenida Presidente Wilson, Gonzaga, Santos, transportando resíduos diretamente para a PGV, em São Vicente”, declarou o delegado responsável pelo caso em um relatório.

Além disso, foram descobertas mensagens entre diretores da mineradora discutindo estratégias para minar ações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e para apresentar representações contra a promotora encarregada do caso à Corregedoria do órgão.

Uma das mensagens apreendidas com um dos sócios sugere tentativas de suborno a um funcionário público: “Tô tentando suborná [sic] o secretário de obra de Santos, coisa que o Gil não conseguiu”. Importante ressaltar que o secretário mencionado não é alvo de investigação nem há indícios que sustentem tal alegação.

O relatório da investigação destaca: “É evidente que as ações da PGV e seus proprietários demonstram um descaso alarmante com os danos ambientais. Essa negligência repercute não apenas na sociedade local, mas se estende ao ambiente marinho, colocando o lucro acima das responsabilidades sociais e ambientais, afetando toda a população”.

A PGV foi contatada para se pronunciar sobre as acusações, mas até o momento não ofereceu nenhuma declaração. O espaço continua aberto para novos comentários.

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