No Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, uma carga contendo 386 filhotes de tartarugas de casco mole chinesas foi apreendida na última quarta-feira (27) pelo sistema de Vigilância Agropecuária (Vigiagro). A inspeção revelou condições de transporte precárias, levando a muitas mortes e vários animais em estado crítico.
Os auditores do Vigiagro notaram uma bagagem molhada e, ao abri-la, encontraram os filhotes embalados de maneira inadequada. Inicialmente, suspeitava-se que a carga poderia conter caranguejos ou peixes frescos, mas ao examinar os sacos, descobriu-se que eram tartarugas. A maioria estava sem vida, e os poucos sobreviventes exibiam sinais de asfixia, como relatou a auditora agropecuária Virgínia Jansen.
Há indícios de que os répteis seriam destinados à medicina tradicional chinesa, prática que utiliza tartarugas para tratar diversas doenças, gerando preocupações ambientais devido ao impacto na sobrevivência da espécie.
Por não haver documentação para a entrada das tartarugas no Brasil, o Ibama aplicou uma multa de R$ 72 mil. No entanto, a pessoa responsável pelo transporte foi liberada.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a entrada de animais silvestres no país sem as devidas autorizações e certificações zoossanitárias é proibida por questões sanitárias. As tartarugas apreendidas não estavam em conformidade com a documentação exigida pela legislação brasileira.