Quarta-feira, Março 19, 2025
spot_imgspot_img
InícioRegião 011Sem dinheiro e documentos, turista europeu vive em abrigo em Santos há...

Sem dinheiro e documentos, turista europeu vive em abrigo em Santos há meses

Um cidadão moldavo, que se encontra há mais de cinco meses em um abrigo localizado na cidade de Santos, litoral paulista, atraiu a atenção das autoridades locais. A situação do homem veio à tona após a vereadora Débora Camilo (PSol) apresentar um requerimento na Câmara Municipal, buscando esclarecimentos sobre as dificuldades enfrentadas para o processo de repatriação do estrangeiro, que parece estar paralisado. O caso foi revelado durante uma visita da vereadora ao abrigo no início de março.

De acordo com informações do gabinete da vereadora, o homem, cuja identidade não foi divulgada, chegou ao Brasil a turismo, desembarcando em Santos. Infelizmente, logo após sua chegada à rodoviária, ele foi vítima de um assalto, onde perdeu todos os seus documentos e recursos financeiros. Por conta dessa situação adversa, ele foi encaminhado a um abrigo na cidade, onde reside desde então.

Com o auxílio da equipe do abrigo, o moldavo obteve um visto humanitário que lhe permite permanecer no Brasil como refugiado. A vereadora Camilo conseguiu estabelecer contato com um romeno que está auxiliando nas questões documentais do estrangeiro, já que ele não fala português e se comunica apenas em romeno.

Um dos principais obstáculos enfrentados no processo de repatriamento é a ausência de uma embaixada da Moldávia no Brasil; a única representação diplomática moldava está situada nos Estados Unidos. O cônsul honorário da Moldávia no Brasil, Flávio Bitelman, se reporta a essa embaixada. Tanto o consulado quanto a embaixada nos EUA informaram que não dispõem de recursos financeiros para cobrir as passagens de retorno do cidadão ao seu país natal, cujo custo pode chegar a até R$ 10 mil.

A Prefeitura de Santos confirmou em nota que o cidadão permanece em uma unidade da Seção de Abrigo (Seabrigo) e destacou que a Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) está mantendo diálogo com as autoridades competentes para viabilizar o repatriamento. Entretanto, ainda não há uma data definida para o retorno. A Seds também mencionou que um irmão do abrigado, residente na Moldávia, já enviou documentos para comprovar laços familiares. As tratativas seguem sendo realizadas com o cônsul honorário moldavo.

Em contato com a reportagem, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em São Paulo informou que não pode comentar casos individuais devido a questões de proteção.

Segundo informações fornecidas pelo gabinete da vereadora Camilo, a família do moldavo está ciente da situação. Foi possível estabelecer comunicação telefônica com um familiar que declarou que não possui condições financeiras para enviar apoio ou cobrir os custos das passagens necessárias para o retorno do cidadão ao seu país.

Relacionadas
- Advertisment -spot_img

Leia Mais