Profissionais da educação do bairro de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, estão preocupados com a redução na oferta de merenda escolar devido à mudança da empresa responsável pelo fornecimento das refeições. A vereadora Silvia Ferraro (PSOL) formalizou essas preocupações ao Ministério Público Estadual.
A empresa Sepat assumiu o serviço de alimentação escolar na região em 4 de novembro, o que resultou na demissão das cozinheiras que trabalhavam nas escolas. Educadores e gestores afirmam que, antes da troca, não havia um controle rígido sobre a quantidade de comida servida aos alunos. Agora, as crianças não podem repetir porções.
Uma professora de uma das escolas afetadas ressaltou que essa nova medida prejudica a segurança alimentar dos estudantes, muitos dos quais podem estar fazendo a primeira refeição desde o almoço do dia anterior. O sistema da nova empresa envolve a distribuição de refeições com quantidades fixas, impedindo a repetição de alguns alimentos.
Profissionais das escolas argumentam que esse método não leva em consideração as condições sociais específicas do bairro nem as necessidades alimentares especiais de alguns alunos, como crianças com autismo que possuem preferências alimentares restritas.
O contrato entre a Prefeitura e a empresa Sepat é válido até 2025 e envolve um investimento de R$12 milhões para atender a Diretoria Regional de Educação do Campo Limpo. Em resposta às alegações, a Secretaria Municipal de Educação garante que não houve alterações nos padrões alimentares com a nova empresa contratada.
De acordo com a Secretaria, as refeições continuam sendo preparadas conforme diretrizes nutricionais oficiais e a troca da prestadora de serviços foi feita devido ao término do contrato anterior, por meio de licitação pública.