Notícia
Estátuas com mais de 100 anos vêm sendo destruídas ou roubadas aos poucos. Especialistas denunciam abandono e cobram proteção ao patrimônio. Monumentos históricos do Centro do Rio sofrem com vandalismo e furtos de peças
Monumentos históricos do Centro do Rio têm sido alvos frequentes de furtos e vandalismo. Obras que fazem parte do patrimônio cultural da cidade estão sendo destruídas ou desaparecendo.
Um dos casos é o do monumento em homenagem ao General Osório, localizado na Praça XV, ao lado do Paço Imperial. A estátua, inaugurada em 1894, foi feita com bronze dos canhões usados na Guerra do Paraguai.
Apesar de resistir ao tempo por mais de um século, o conjunto artístico vem sendo mutilado. Vídeos gravados há cerca de duas semanas mostram que a cabeça de um cavalo e partes de um soldado desapareceram. As peças, feitas em bronze, foram furtadas. O local, que já foi cercado por grades, hoje está completamente desprotegido.
O restaurador Marconi Andrade, fundador do projeto S.O.S. Patrimônio, acompanha de perto a destruição dessas obras. Em 2014, ele fez um levantamento fotográfico que registrou os danos causados ao monumento.
“É, em 2014, durante um mês e 15 dias, eu fotografei o vandalismo e o roubo de peças desse monumento”, contou Marconi.
Segundo ele, as ações vão além do vandalismo. “Eu não diria nem que seja vândalos, está sendo roubado peças porque a grande maioria é feita em bronze, pra ser vendido em ferro-velho”, afirmou.
Outro exemplo de abandono é o monumento a Marechal Deodoro da Fonseca, na Cinelândia, de 1937. No local, além de lixo acumulado, é comum a presença de pessoas em situação de rua e usuários de drogas. Parte da estrutura foi arrancada e uma das estátuas que compunham o conjunto desapareceu em 2014. Até hoje o espaço da peça continua vazio.
“Uma estátua de 400 quilos simplesmente foi levada. Ninguém viu, e até hoje nada. Não tem explicação pra isso”, relatou Marconi.
Em nota, a Polícia Militar informou que realiza policiamento ostensivo na região, com abordagens e revistas de forma contínua.
Disse ainda que, muitas vezes, os crimes contra os monumentos são cometidos por pessoas em situação de rua com alto índice de reincidência, o que demanda uma atuação conjunta de diferentes órgãos públicos, sempre com o apoio da PM.
Peças de bronze desaparecem aos poucos do monumento ao General Osório, na Praça XV
Reprodução/TV Globo
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20/06/2025
G1