De albergues 'raiz', com beliche e banheiro no corredor, a suítes de luxo com cama king size e vista para a cidade. Conheça espaços que mantêm viva a arquitetura e o simbolismo da prisão, mas com travesseiros macios. Antigas prisões viram hotéis inusitados pelo mundo Você toparia passar a noite em uma cela? O que antes era sinônimo de punição hoje virou opção curiosa — e, em alguns casos, sofisticada — de hospedagem. Pelo mundo, antigas prisões foram transformadas em hotéis e albergues com propostas que vão do turismo “raiz”, com beliche e banheiro no corredor, a suítes de luxo com spa e vista para a cidade. Antigas prisões viram hotéis inusitados pelo mundo. Reprodução Construções que já abrigaram criminosos agora recebem viajantes curiosos por viver uma hospedagem fora do comum. Algumas preservam celas originais, corredores estreitos e até propõem jogos de "fuga" em grupo. Brasil tem um hotel entre os 25 melhores do mundo; veja lista completa da TripAdvisor A seleção abaixo reúne quatro dessas prisões reinventadas, escolhidas entre as listadas no portal Uniq Hotels, especializado em hospedagens inusitadas. São espaços que mantêm viva a arquitetura e o simbolismo da prisão, mas com portas abertas e travesseiros macios. ?Hotel Kakola, Finlândia Quarto no hotel Kakola, na Finalândia. Reprodução O Hotel Kakola, na cidade de Turku, nasceu no lugar da antiga prisão Kakolanmäki, localizada no alto de uma colina e conhecida como a mais temida da Finlândia. Desativada em 2007, a cadeia foi transformada em um hotel de luxo com spa, suítes estilosas e experiências voltadas...ao bem-estar. Com quatro piscinas, cinco saunas, espaços para massagens e suítes personalizadas, o contraste entre o passado sombrio e o presente relaxante faz parte do charme. O spa, por exemplo, foi instalado justamente no antigo centro de confinamento da prisão e conta com uma piscina grandiosa (veja abaixo). Piscina luxuosa no spa no hotel Kakola. Reprodução Para quem quiser sentir o clima de uma cela original (sem abrir mão do conforto), uma diária para duas pessoas de 15 a 16 de agosto em quarto com beliche custa €219 — cerca de R$ 1.392, em 16 de junho, segundo o site oficial do hotel. Entrada do quarto do hotel Kakola. Reprodução ? The Liberty Hotel, EUA Saguão do hotel Liberty, em Boston Reprodução Localizado em Boston (EUA), o The Liberty Hotel transforma a antiga prisão Charles Street Jail, de 1851, em um hotel de luxo da rede Marriott. O nome “Liberty” — liberdade, em inglês — faz um trocadilho irônico com o passado do edifício. Com uma arquitetura imponente, o hotel preserva elementos como os muros de tijolos e as celas originais, que agora fazem parte do restaurante chamado Clink (gíria para prisão em inglês). Veja na imagem abaixo. Restaurante no hotel Liberty tem grades da antiga prisão. Reprodução O hotel conta com quatro restaurantes, bar e quartos de alto padrão. Para quem quiser vista privilegiada da cidade e cama king size no último andar, o valor por uma diária entre os dias 15 e 16 de agosto de 2025 chega a US$ 813 (R$ 4.467, em 16 de junho), segundo o site oficial da Marriott. Quarto no hotel Liberty com vista para a cidade. Reprodução ? SleepIn FÆNGSLET, Dinamarca Quarto com beliches no hotel FÆNGSLET, na Dinamarca. Reprodução Na cidade de Horsens, o SleepIn FÆNGSLET ocupa a antiga Penitenciária Estadual da Dinamarca. “Fængslet”, aliás, significa “prisão” em dinamarquês. O local abrigou seu último detento em 2006 e, desde 2012, virou um centro cultural completo, com museu, espaço para eventos e um hotel que mantém o clima de prisão — mas com cama limpa e Wi-Fi. Com o slogan “passe uma noite atrás das grades”, o espaço conta com 55 camas distribuídas em 22 quartos. Eles são simples, com capacidade para até quatro pessoas, e os banheiros e chuveiros continuam nos corredores — como no tempo dos prisioneiros. Apesar da estrutura modesta, a ambientação é levada a sério — até na suíte nupcial. Sim, é isso mesmo: um quarto romântico atrás das grades. O quarto mais espaçoso do hotel fica no primeiro andar, com vista para o pátio da antiga prisão e móveis originais da época (veja abaixo). Para quem topa trocar as pétalas de rosa por uma noite cheia de histórias nas paredes, a suíte nupcial sai a partir de DKK 675 (cerca de R$ 590). Já o quarto duplo "tradicional", com beliches e estrutura simples, custa DKK 575 (cerca de R$ 503). Os valores foram cotados no site oficial em 16 de junho para uma diária entre os dias 15 e 16 de agosto de 2025. Suíte nupcial do FÆNGSLET. Reprodução ?Långholmen’s Hotel & Hostel, Suécia Porta do quarto no hotel Långholmen. Reprodução Situado na ilha de Långholmen, próxima ao centro de Estocolmo, o hotel de mesmo nome ocupa a antiga Prisão da Coroa, que funcionou por mais de 250 anos. O local já abrigou uma prisão feminina e hoje oferece hospedagem para viajantes em busca de algo diferente — com direito a celas temáticas e atividades coletivas, como um jogo de “fuga da prisão”. Na atividade, os participantes vestem uniformes listrados e enfrentam pistas e desafios físicos ao ar livre em equipes de até 25 pessoas. A aventura dura cerca de 1h30 e termina com um jantar de três pratos na antiga pousada. Corredor do hotel Långholmen. Reprodução O espaço é dividido em duas opções: o hotel, com suítes reformadas e banheiro privativo, e o hostel, mais simples, com banheiro compartilhado. Em ambos, o clima de prisão continua presente nas portas das celas e nos corredores. Além da hospedagem, a ilha de Långholmen oferece atrativos ao ar livre: praia de água doce, trilhas em meio à vegetação e aluguel de caiaques para explorar a região. Para a noite de 15 a 16 de agosto de 2025, um quarto duplo no hotel, com banheiro privativo e café da manhã incluso, sai a partir de 1.596 coroas suecas (R$ 918). Já o hostel, com banheiro compartilhado e sem café, custa em torno de 1.180 coroas suecas (R$ 679). Os valores foram cotados a partir de uma consulta no site oficial em 16 de junho. Hotéis em prisões Reprodução Veja mais: 6 das estradas mais extraordinárias do mundo 'De repente, todo mundo começou a se pegar': como funcionam e o que rola nas pousadas liberais Como funciona e o que rola nas pousadas liberais Quanto custam as experiências oferecidas pela 'nata' do turismo?
Entenda o que é a reposição hormonal, como funciona, quais os tipos existentes e para quem esse tratamento é indicado. O post O que é e quem precisa fazer reposição hormonal? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Peppa, como foi batizada, tem oito meses e 90 quilos. Família conta que ela também rosna. Conforme especialista, caso exige estudo para comprovar 'latido'. Porca 'aprende a latir' após conviver com cachorros em propriedade rural do PR Quem visita a propriedade rural de Terra Boa, no centro-oeste do Paraná, pode achar que todos os barulhos de latidos são dos cinco cachorros que ali vivem. Entretanto, um deles também é reproduzido pela Peppa, a porca adotada pela família e criada como pet. Em uma gravação da família, enquanto um carneiro berra, a porca, de frente para ele, avança soltando o som de latido. Assista acima. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅ Siga o canal do g1 Londrina no WhatsApp Danúbia Martins, de 37 anos, é a tutora da Peppa. Ela contou ao g1 que foi a primeira vez que testemunhou uma porca imitando os sons de latido, mesmo tendo passado a vida toda trabalhando em sítios. O vídeo foi feito em um momento em que a família estava descansando na área da casa. A "ira" de Peppa foi causada por cabeçadas que o carneiro deu nela. "Foi, assim, uma coisa espontânea dela. Eu nunca tinha visto ela latir", contou. Danúbia explica que não é sempre que os latidos podem ser ouvidos na propriedade e, por isso, não são tantos os flagrantes em imagens. Porém, ela garante que Peppa também rosna quando não gosta de algo que está acontecendo. “[...] eu tive convívio, no sítio, com os porcos presos no chiqueiro, nas suas baias, com o comportamento do próprio animal. [...] Eu nunca vi uma coisa dessa [porco latindo]. O comportamento do porco criado pra consumo é totalmente diferente. Eu amo ela [Peppa]”, disse em entrevista. Peppa, ainda filhote, dormindo ao lado de um dos cachorros da família. Imagem cedida pela família Todos os animais do sítio convivem, soltos, em harmonia – além da porca, do carneiro e dos cachorros, Danúbia também tem uma tartaruga, três gatos, um pássaro e dois cavalos. Leia também: Luto: 'Era o sonho de vida dele', diz professora de brasileiro que morreu afogado durante intercâmbio no Canadá Homem foi preso: Mulher mantida em cárcere fingiu desmaio para pedir socorro em hospital Veja previsão: Paraná recebe previsão de -3ºC e volta da geada Mas porcos podem latir? Especialista explica Para o zootecnista Rafael Carvalho, doutor em Ciência Animal, o caso exige um estudo controlado com bioacústica, metodologia experimental ou estatística para afirmar que o barulho reproduzido por Peppa foi, de fato, um latido. Entretanto, pode ser considerada a possibilidade de que o som seja resultado do convívio dela com cães porque, de acordo com o professor e pesquisador, os suínos conseguem mimetizar comportamentos sociais e intensificar outros tipos de vocalização. "Não é impossível", explica. "Os suínos são altamente inteligentes. [...] Tem, sim, uma capacidade de aprendizado tanto social quanto vocal. A gente tem relatos científicos [...] mostrando que eles aprendem com o comportamento de outros animais, inclusive, no caso, os humanos", Carvalho detalha, citando um estudo desenvolvido na Universidade de Medicina Veterinária de Viena. Xodó da família Quando chegou em casa, Peppa era alimentada com uma mamadeira. Imagem cedida pela família Peppa tem oito meses, um metro de altura e aproximadamente 90 quilos. Quando foi adotada, depois de nascer na propriedade vizinha, ganhou os corações de todos da família. Ainda filhote, andava pela casa de fralda e se alimentava com uma mamadeira. Entretanto, quando tinha seis meses e 60 quilos, voltou para o sítio onde nasceu em um combinado entre vizinhas. Àquela época, a tristeza foi dos dois lados: Peppa não brincava mais e a filha de Danúbia, Isadora, sentia falta do animal. Eles tentavam controlar a saudade fazendo visitas, mas não estava adiantando. Foram necessários somente 15 dias para que a porca voltasse para a família de Danúbia. Desde então, voltou a ser mimada. Aliás, segundo Danúbia, quando sente vontade de tomar banho, ela entra no banheiro e espera o chuveiro ser ligado. Para comer, também aceita alimento na colher e fica sentada. Peppa tem 90 quilos e dorme em uma cama de casal, dentro de casa. Imagem cedida pela família Isadora, que tem 18 anos, contou ao g1 que até dormia com a Peppa. Isso só mudou porque, depois de um tempo, cedeu a própria cama de casal para que a porca pudesse ter um bom lugar para dormir. "Ela está quase do meu tamanho quando está de pé. Ela ocupa todo espaço da cama. Eu ficava com as pernas encolhidas. Aí eu decidi ir para o sofá", Isadora explicou. Danúbia garante que Peppa é amorosa com todos e que leva muita felicidade para a família. “O amor dos animais é um amor incondicional, é amor que não tem preço”, diz a tutora. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais em g1 Norte e Noroeste.
Pesquisa revela que confiar demais em ferramentas como o ChatGPT compromete habilidades mentais e dificulta o aprendizado O post Uso em excesso do ChatGPT pode nos deixar menos inteligentes, diz estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.
Criadores e empresas de mídia alertam para uso de conteúdo na construção de modelos como o Veo 3, sem compensação ou transparência suficientes O post IA do Google é treinada com vídeos do YouTube apareceu primeiro em Olhar Digital.
Descubra se a gripe aviária pode afetar humanos, quais os riscos de transmissão e o que dizem os especialistas sobre o avanço do vírus. O post Gripe aviária pode afetar humanos? apareceu primeiro em Olhar Digital.
Levantamento analisou mais de 8.400 mil universidades ao redor do mundo e a melhor brasileira ficou na 108ª colocação global O post Ranking global revela qual é a melhor universidade do Brasil apareceu primeiro em Olhar Digital.
Cauê Fiorentino de Assis recebeu pena de quase 3 anos por assédio e 1 ano por importunação, mas que foi convertida em serviços à comunidade e pagamento de indenização. Defesa não quis se manifestar. Um professor da rede privada de ensino de Sertãozinho (SP) foi condenado a 2 anos, 9 meses e 10 dias de detenção por assédio sexual e 1 ano de reclusão por importunação sexual contra um ex-aluno. O caso aconteceu entre 2021 e 2023 e, à época, o estudante era menor de idade. Siga o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp A sentença, proferida na quinta-feira (12) pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Sertãozinho, é em primeira instância. Apesar da condenação, as penas privativas de liberdade foram substituídas por penas restritivas de direito, o que significa que Cauê Fiorentino de Assis não será preso, mas terá de cumprir outras obrigações definidas pela Justiça. LEIA TAMBÉM Polícia instaura inquérito para investigar professor da USP denunciado por assédio moral e sexual em Ribeirão Preto Após denúncias, USP instaura processo administrativo e afasta professor acusado de assédio sexual em Ribeirão Preto Servidor público é preso suspeito de tentar abusar de criança no meio da rua em Sertãozinho Homem é preso em flagrante por manter arquivos de abuso sexual infantil em Sertãozinho Funcionários de escola e universidade são presos em operação contra abuso sexual infantil Segundo a decisão, o assédio sexual consistiu em constrangimento reiterado da vítima, um adolescente na época, com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, aproveitando o professor de sua posição de ascendência. Já a importunação sexual ocorreu entre agosto e setembro de 2022, no laboratório da escola, quando Cauê praticou atos libidinosos contra o aluno sem o consentimento dele. Procurada pelo g1, a defesa dele optou por não se manifestar sobre o caso. A escola também foi procurada e informou, em nota, que os fatos não ocorreram no ambiente escolar e não houve qualquer comunicação prévia à coordenação, professores ou equipe pedagógica sobre o caso enquanto o referido professor ainda fazia parte do corpo docente. Disse ainda que, assim que a escola tomou conhecimento da denúncia, o docente foi afastado de suas funções, não integrando mais o quadro de funcionários e que a equipe pedagógica é constantemente treinada para identificar comportamentos inadequados, além de manterem canais de comunicação acessíveis e seguros para acolher denúncias e garantir a proteção dos alunos. "Repudiamos com veemência qualquer tipo de violência ou conduta que atente contra os direitos das crianças e adolescentes. Sempre estivemos e seguimos à disposição das autoridades e da sociedade para colaborar com o que for necessário, reafirmando nosso compromisso com a ética, a transparência e a segurança de toda a comunidade escolar." Decisão é da 2ª Vara Criminal de Sertãozinho (SP). Reprodução EPTV Depoimento da vítima e prints de conversas A denúncia do Ministério Público, acolhida integralmente pelo juiz Hélio Benedini Ravagnani, apontou que os crimes ocorreram entre 2021 e o início de 2023, nas dependências de uma escola particular e em outros locais em Sertãozinho, além de ambiente virtual. Na decisão, Ravagnani destacou cinco pilares essenciais: 1. Depoimento detalhado da vítima: descrito pelo juiz como um "desabafo muito sincero", ele revelou uma série de episódios de abordagens indevidas e imorais por parte do professor, sempre com conteúdo sexual e buscando vantagem ou favorecimento. 2. Validade dos "prints" de conversas: comprovavam as "abordagens inapropriadas e assediosas", evidenciando que o professor "perseguia a vítima, insistia em sair com ela, compelia, constrangia a todo tempo, prevalecendo-se de sua posição de superior hierárquico". 3. Depoimentos de testemunhas: duas colegas da vítima não apenas confirmaram a versão do adolescente, mas uma delas, inclusive, confirmou ter sofrido assédio semelhante do mesmo professor e já ter ingressado com ações judiciais. 4. Confirmação do conselheiro tutelar: ele atendeu o adolescente e confirmou os fatos, atestando o constrangimento da vítima, e também atendeu outra colega, que narrou situações semelhantes. 5. Posição de superioridade do professor: fator determinante na análise do juiz, que ressaltou que o réu se valeu da "posição superior, de ascendência inerente ao exercício de emprego" para cometer os crimes. Por fim, a sentença apontou que os atos do professor foram praticados "por longo tempo e causaram diversos danos à saúde mental do então adolescente, extrapolando as consequências que já são desastrosas". Segundo o juiz, a vítima precisou de tratamentos psicológicos e sofreu uma "ruptura significativa do seu desenvolvimento natural" em decorrência do assédio. Professor é condenado por assédio e importunação sexual em Sertãozinho, SP. Freepik Condenação anterior por danos morais Em 2024, Cauê Fiorentino de Assis já havia sido condenado a pagar indenização por danos morais de R$ 40 mil a uma ex-aluna. A decisão, proferida pela juíza Daniele Regina de Souza Duarte, detalhou que, enquanto professor do ensino médio, ele assediou a jovem e passou a persegui-la depois que ela não cedeu aos assédios dele. Ainda na decisão, a juíza apontou que Cauê usou comentários pejorativos e ofensivos sobre o corpo da aluna, referindo-se a ela como "botijão de gás" e afirmando que ela mantinha relações sexuais com outro aluno. A juíza considerou o comportamento do professor como "leviano, pueril e ofensivo à honra [da aluna]", e destacou que o abalo moral sofrido foi tão significativo que, assim como outros estudantes, ela se viu forçada a deixar a escola. VÍDEO: Como curar o trauma do abuso sexual? Infância despedaçada: como curar o trauma do abuso sexual? Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região
Para Bráulio Borges, pesquisador da FGV, postura de parlamentares diante da crise fiscal reflete tanto lobbies econômicos de setores interessados em manter privilégios, como cálculos políticos dos próprios congressistas. Por que o IOF virou uma queda de braço entre governo e Congresso? As propostas de aumento de impostos encaminhadas ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, "afetam muito mais quem está no andar de cima", afirma Bráulio Borges, economista-sênior da consultoria LCA e pesquisador-associado da FGV. Na sua leitura, a resistência do Parlamento em aprovar as medidas reflete tanto lobbies econômicos de setores interessados em manter seus privilégios, como cálculos políticos dos congressistas. "Eu acho que tem isso [lobbies econômicos], mas, obviamente, tem o Congresso também querendo aumentar o preço do apoio ao governo, vendo que o governo hoje está enfraquecido, vide as pesquisas mais recentes de popularidade", disse, em entrevista à BBC News Brasil. O "preço" que o Congresso tem cobrado é a liberação de emendas parlamentares, recursos que deputados e senadores destinam para suas bases eleitorais. Os valores previstos para 2025 somam R$ 50 bilhões, mas quase nada foi liberado até o momento pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Além dessa pressão de curto prazo, os congressistas também estão de olho na eleição de 2026, avalia o economista. "Sejamos sinceros, boa parte das lideranças hoje do Congresso não tem interesse que o atual governo chegue em 2026 muito competitivo". O objetivo da alta de impostos proposta por Haddad é equilibrar as contas públicas. A Fazenda propôs, primeiro, elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Com a resistência do Congresso, o governo tenta manter uma elevação menor do IOF e tributar em 5% Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), investimentos financeiros que hoje são isentos. Em recado ao Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de segunda-feira (16/6) um requerimento de urgência que permite acelerar a tramitação de uma proposta para barrar a alta do IOF. O presidente da Câmara, Hugo Motta, tem criticado fortemente as propostas. Ele diz que a sociedade não quer mais tributos, mas que o governo corte gastos, e defendeu uma reforma administrativa para reduzir o custo com servidores. Borges concorda que o governo precisa adotar mais medidas de contenção de gastos, mas diz que "irrita ver o Congresso querendo posar como se fosse o adulto na sala, sendo que o Congresso, do ponto de vista do equilíbrio fiscal, atrapalhou muito". O economista lembra que o Parlamento aprovou, contra a vontade do governo, benefícios tributários para empresas que desfalcaram a arrecadação, como as prorrogações de um programa emergencial criado para o setor de eventos na pandemia (Perse) e da desoneração da folha de pagamentos, uma política de emprego ineficiente, segundo estudos econômicos. O Congresso não só manteve a desoneração de empresas, como estendeu o benefício a pequenos municípios no final de 2023, uma medida "eleitoreira", na visão de Borges. As duas medidas (Perse e desoneração) representaram uma renúncia de receita de quase R$ 50 bilhões no ano passado. Ele diz ainda que a reforma administrativa é importante para melhorar o serviço público, mas que faria apenas "cocegas" na questão fiscal, ao gerar uma economia de até R$ 3 bilhões. Muito mais eficiente, argumenta, seria reduzir as emendas parlamentares, que mais que quadruplicaram a partir de 2020. "É uma excrescência. As emendas parlamentares não eram para estar nos R$ 50 bilhões por ano. Eram para estar em R$ 10 bilhões, que é mais ou menos a média que a gente teve de 2015 a 2019", crítica. Confira a seguir os principais trechos da entrevista, editada por clareza e concisão. Congresso protege o 'andar de cima' ao resistir a alta de impostos de Haddad, diz economista Agência Brasil via BBC BBC News Brasil – Hugo Motta e outras lideranças do Congresso acusam o governo de gastar demais e empurrar a conta para os contribuintes. Isso é verdade? Bráulio Borges - O arcabouço fiscal [proposto pelo governo Lula e aprovado pelo Congresso em 2023] definiu um limite de crescimento real da despesa um pouco exagerado, de 2,5% ao ano. É elevado porque as estimativas apontam que o crescimento do PIB potencial brasileiro está na faixa de 2% a 2,5%. O ideal seria que o crescimento das despesas ficasse um pouco abaixo do PIB potencial, porque temos déficit fiscal. Se a gente estivesse com superavit, seria outra história. Outro problema é que o arcabouço fiscal não limita o crescimento de cada uma das despesas do governo a esse teto. Então, a despesa previdenciária, principalmente com a regra de reajuste real do salário-mínimo, cresce perto de 4%. E isso, naturalmente, cria uma pressão dentro dos gastos. Você tem que comprimir outras despesas, dado que algumas coisas crescem acima do limite, como previdência, mesmo a parte de saúde, educação. Em dito isso, primeiro, o Congresso aprovou o arcabouço fiscal. E, segundo, o Congresso tem dado seguidas mostras de não estar preocupado com o reequilíbrio fiscal. Um ajuste fiscal é bem-sucedido quando você melhora as contas do governo, não machuca tanto o PIB e reduz a dívida pública. E a experiência internacional mostra que o ajuste fiscal bem-sucedido é composto, mais ou menos, de metade de aumento receita, metade de corte de gastos. Nesse sentido, o governo atual estava certo de falar "precisamos recompor as receitas", inclusive porque teve muita desoneração eleitoreira mesmo, ali em 2021, 2022. E o governo começou a recompor essas receitas, em parte, inclusive corrigindo algumas distorções e algumas isenções tributárias que não faziam mais sentido. Só que foi um esforço meio de enxugar gelo porque o governo fazia uma coisa, o Congresso ia lá e desonerava outra. LEIA TAMBÉM Congresso derruba vetos de Lula e retoma trechos que devem elevar conta de luz Parlamentares também retomam pensão vitalícia a crianças vítimas da Zika Alcolumbre cria CPI mista para investigar fraudes no INSS BBC News Brasil – Como o Congresso tem atrapalhado o ajuste fiscal? Bráulio Borges - A desoneração da folha de pagamentos e o Perse [Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, criado na pandemia] juntos, no ano passado, representaram uma renúncia de receita de quase R$ 50 bilhões. E o governo federal já tinha dito no final de 2023 que não queria prorrogar essas medidas, inclusive porque não fazia sentido. O Perse era um programa emergencial para a pandemia. Em 2023 e 2024, a economia já estava plenamente recuperada. E a desoneração da folha foi criada lá em 2011/2012, no governo Dilma Rousseff, num contexto em que o setor industrial estava sofrendo muito com a concorrência de importados, porque o câmbio estava em R$ 1,50. Então, você tentou dar alguma competitividade desonerando o custo salarial. Só que o câmbio hoje no Brasil está excessivamente desvalorizado. O contexto é totalmente diferente. E mais: tem inúmeros estudos mostrando que a desoneração é uma política cara. O custo de cada emprego gerado é muito maior do que o salário que as pessoas estão recebendo. A desoneração da folha não faz mais sentido, ainda mais num país que já está com o desemprego super baixo. Mas o Congresso foi lá, não somente prorrogou por mais alguns anos, como ampliou para [servidores contratados pelo regime do INSS em] pequenos municípios, obviamente, de olho nas eleições municipais que aconteceram no ano passado. É uma medida totalmente eleitoreira. Então, me irrita ver o Congresso querendo posar como se fosse o responsável na casa, o adulto na sala, sendo que o Congresso, do ponto de vista do equilíbrio fiscal, atrapalhou muito. E ainda tem a história das emendas parlamentares, que é uma excrescência. Tem um estudo muito bem feito do Marcos Mendes, com o pessoal do Insper, mostrando que o Brasil está totalmente fora do que se vê na maior parte dos países. As emendas parlamentares não eram para estar nos R$ 50 bilhões por ano. Eram para estar em R$ 10 bilhões por ano, que é mais ou menos a média que a gente teve de 2015 a 2019. Se a gente voltasse para a média de emendas de antes dessa explosão que aconteceu ali, em 2020, quando o Bolsonaro, para evitar o impeachment, entregou de vez essa parte grande do orçamento para o Congresso, a gente teria uma economia de R$ 40 bilhões. Já ajudaria a fechar as contas desse e do próximo ano. Governo enfrenta derrota expressiva com projeto para barrar alta do IOF BBC News Brasil - Hugo Motta tem cobrado a redução estrutural de despesas e tem defendido a reforma administrativa. Qual sua avaliação? Bráulio Borges - Uma reforma administrativa não vai gerar a economia fiscal de dezenas de bilhões de reais [que é necessária]. Eu sou a favor de uma ampla reforma administrativa no Brasil, para aumentar a eficiência do setor público. Para evitar aquelas situações típicas de uma pessoa chegar no auge da carreira com dez anos de emprego público e aí ela fica praticamente acomodada. E é uma reforma que tem que acabar com os privilégios, principalmente no Judiciário. Mas quem faz as contas vê que, se a gente corrigisse todos esses privilégios adquiridos, a gente economiza R$ 2 bilhões, R$ 3 bilhões por ano. É importante? Super. Mas não é isso que vai resolver os problemas fiscais do Brasil. Eu vejo as lideranças do Congresso defendendo a reforma administrativa, como Arthur Lira, Hugo Motta, e isso encontra inclusive ressonância no mercado financeiro como se fosse uma panaceia do ponto de vista do ajuste fiscal, e não é. Seria muito mais efetivo voltar as emendas para o nível de 2015-2019. Do ponto de vista de ajuste fiscal, a reforma administrativa faz cócegas. BBC News Brasil – A culpa do Congresso na crise fiscal é maior do que a do governo? Bráulio Borges - Eu acho que a responsabilidade é compartilhada. Agora, o Congresso tem dado muitas bolas nas costas do ajuste. Eu acho que o primeiro grande desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal no Brasil, que começou a valer em 2000, se deu no final de 2007, quando o Congresso extinguiu a CPMF, à revelia da vontade do Executivo, e não aprovou nenhuma medida de compensação. Isso desrespeitou o artigo 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que diz que, para toda medida de desoneração permanente, você tem que apontar uma medida de compensação. A CPMF era um imposto ruim, do ponto de vista da eficiência econômica, mas era importante do ponto de vista do equilíbrio fiscal. Arrecadava 1,2% do PIB por ano. A gente estaria falando hoje de uma arrecadação da ordem de R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões por ano. A LRF, criada justamente para tentar responsabilizar os governantes e os políticos por medidas que atuam contra a responsabilidade fiscal, na prática, ela responsabiliza basicamente só o Executivo e, muitas vezes, só o Executivo federal. O Legislativo e o Judiciário não são devidamente responsabilizados por medidas que acabam contribuindo negativamente para a sustentabilidade das contas públicas. Acho que a gente precisa modernizar e reavaliar a LRF, para incorporar essa maior responsabilização de todos. Governo quer aumentar impostos, mas Congresso resiste a medidas. Agência Brasil via BBC BBC News Brasil - O difícil é o Congresso aprovar uma lei pra aumentar a responsabilidade do Congresso. Bráulio Borges - Exatamente. BBC News Brasil – Ao defender o aumento do IOF e de impostos sobre títulos financeiros, Haddad argumenta que as medidas atingem o andar de cima, os mais ricos. Qual sua visão? Bráulio Borges - Boa parte das medidas que a equipe econômica anunciou, de fato, afetam muito mais quem está no andar de cima do que quem está no andar de baixo. E digo mais, algumas medidas ajudam o Banco Central na tarefa conjuntural de esfriar a economia brasileira, que hoje está num quadro de superaquecimento. Por exemplo, essa história de colocar uma taxação em LCA e LCI. Essa explosão na emissão desses títulos no mercado de capitais está diminuindo a potência da política monetária. Desde 2021, o Banco Central do Brasil está tentando segurar o crescimento da economia brasileira. Só que a explosão nesses instrumentos atua na direção oposta, jogando lenha na fogueira do setor imobiliário, mesmo no setor agro. E, se a política monetária está perdendo potência, a Selic tem que subir mais. Chegou um nível de taxa Selic que a gente não via há uns dez anos. BBC News Brasil - A reação contra a alta do IOF e a tributação desses títulos são setores defendendo seus interesses e privilégios? Bráulio Borges - Eu acho que tem isso, mas, obviamente, acho que tem o Congresso também querendo aumentar o preço do apoio ao governo, vendo que o governo hoje, conjunturalmente, também está enfraquecido, vide aí as pesquisas mais recentes de popularidade. E, ao mesmo tempo, tem eleições ano que vem. Sejamos sinceros, boa parte das lideranças hoje do Congresso não tem interesse que o atual governo chegue em 2026 muito competitivo. Então, tem um pouco isso, e tem os setores, sim, defendendo os interesses. Por exemplo, quando o agro vai lá e diz que taxar LCA em 5% vai aumentar o preço de alimento, sendo que, na prática, pagava zero antes e todos os outros títulos pagam 20%, 15% [de impostos]. Ou seja, não é que o setor vai deixar de ter um benefício, é que o benefício vai ser menor do que era antes. E aí já ameaça dizendo que vai aumentar o preço dos alimentos, enfim, isso aí é obviamente o setor querendo manter seus benefícios. Então, tem sim essa reação dos interesses organizados que, obviamente, encontra respaldo nas lideranças do Congresso. E como a gente bem sabe, os lobbies estão muito bem representados no Congresso, enquanto o interesse difuso tem uma dificuldade enorme. Muitas vezes, quem tenta defender o interesse difuso ou é o Executivo ou é o Ministério Público. BBC News Brasil - Se não houver aumento de impostos, o governo vai quebrar em 2026? Bráulio Borges - Na verdade, ele precisa disso para fechar as contas de 2025, 2026 é outra história. Se ele não conseguir aprovar o IOF, vai ter que buscar receita atípica [que não se repete no ano seguinte]. Já se falou de fazer leilão de campo de petróleo, que poderia arrecadar R$ 15 bilhões a 25 bilhões. É uma receita que ajuda a fechar as contas desse ano, mas é altamente incerta. Enquanto ela não vier, o governo tem que contingenciar as despesas discricionárias [de uso livre], principalmente o PAC. Obviamente, a ala política do governo não gosta da ideia. Surgiu também uma ideia de receita atípica com a prorrogação antecipada das concessões de várias usinas hidrelétricas que estão para vencer nos próximos dois, três anos, que poderia render, nas contas que eu vi, algo em torno de R$ 13 bilhões a 15 bilhões. Então, na prática, alguma fonte de financiamento ele vai ter que achar. O governo propôs o IOF porque é um imposto regulatório: aumenta e diminui por decreto, e tem vigência imediata. E poderia aumentar a receita nesse ano e no próximo, não é uma coisa pontual de 2025 [como as receitas atípicas]. Algumas medidas que o governo está propondo de IR sobre LCA e LCI [pra substituir a alta do IOF] só vão valer a partir do ano que vem, se o governo conseguir aprovar. BBC News Brasil – Sem essas medidas, vai faltar dinheiro pra despesas essenciais, como o SUS? Braúlio Borges - As políticas que podem ser mais prejudicadas por esse shut down [desligamento do governo], vamos dizer assim, são aquelas que são financiadas por verbas discricionárias. E o SUS não é o caso, o SUS tem um mínimo constitucional [de previsão de despesas], educação tem um mínimo constitucional. O que pode ser prejudicado é investimento do PAC, porque é verba discricionária. Uma parte das emendas parlamentares também pode ser cortada. Obviamente que o Congresso não vai gostar, mas uma parte das emendas não tem execução obrigatória, então pode ser cortado. E tem algumas políticas públicas que são financiadas com despesa discricionária. Farmácia Popular é uma delas, a emissão de passaporte. O governo pode ter dificuldade para pagar a conta de luz, talvez ter que falar para as pessoas trabalharem de casa, [isso pode aumentar a] fila do INSS. Tudo isso pode ser afetado caso o governo não consiga uma receita extra para fechar as contas. Isso partindo do pressuposto de que o governo vai fazer de tudo para cumprir a meta fiscal. Ele pode optar por não cumpria a meta fiscal. BBC News Brasil - E aumentar a dívida pública? Bráulio Borges – E aí o impacto vai ser em termos de câmbio [alta do dólar], aumento do risco país. BBC News Brasil - Mas, se o governo não cumprir a meta fiscal, o atual arcabouço tem gatilhos para limitar as despesas. Bráulio Borges – Tem, mas boa parte deles só vão valer em 2027. Depois das eleições. Então, é aquela coisa, como boa parte do sistema político, inclusive parte grande do pessoal do Executivo, está de olho nas eleições, se você deixar para 2027, o pessoal vai falar "tudo bem, depois a gente vê o que faz". Isso acontece porque só vamos saber se o governo cumpriu as metas de 2025 lá para fevereiro ou março do ano que vem. As sanções mais pesadas, como não poder dar reajuste para servidor, seriam somente em 2027. BBC News Brasil – Lula tem cumprido muitos compromissos fora do país. Falta uma atuação mais presente do presidente na crise entre Fazenda e Congresso? Bráulio Borges – De fato, a impressão que a gente tem, não vou dizer que o Lula abandonou o Haddad, mas que está dando muito menos apoio do que poderia e deveria. E obviamente que isso é importante. O Haddad sozinho não tem a capacidade de fazer a interlocução no Congresso. E a gente sabe que dentro do governo tem aquela ala mais política, que muitas vezes bate de frente com o Haddad. Nesse sentido, acho que o apoio do Lula nessas negociações seria crucial.
Síndrome do burnout atinge 1 em cada 3 brasileiros com estresse no trabalho e pode causar exaustão física e emocional profunda. O personagem Renato Filipelli (João Vicente de Castro) teve burnout na novela "Vale Tudo" TV Globo/Reprodução Sentir-se tão esgotado a ponto de não conseguir sair da cama, tomar banho ou colocar uma roupa. Ter alterações no sono, no apetite e perceber que nada mais do trabalho parece importar. Esses são alguns dos sinais clássicos do burnout, uma síndrome ocupacional provocada por estresse crônico não gerenciado no ambiente de trabalho. Na novela "Vale Tudo", o personagem Renato Filipelli, vivido pelo ator João Vicente de Castro, vive um quadro de estresse com o trabalho. O problema já atinge 32% dos trabalhadores brasileiros com estresse, segundo dados da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), uma organização dedicada à pesquisa científica e à prevenção do estresse. Em entrevista ao podcast Bem-Estar, a psicóloga Ana Maria Rossi, referência no tratamento do estresse no país, foi categórica ao alertar: “A pessoa tem uma sensação de exaustão que sair da cama, tomar um banho, colocar uma roupa, são atividades que demandam um esforço sobrenatural. Ela basicamente se arrasta”. Burnout e abuso de drogas entram em lista de doenças relacionadas ao trabalho Crise de saúde mental: Brasil tem maior número de afastamentos por ansiedade e depressão em 10 anos A especialista, que é precursora das técnicas de autocontrole e biofeedback no Brasil, reforça que o burnout é frequentemente confundido com a depressão, mas a principal diferença é o vínculo direto com o ambiente profissional. “A depressão pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade. Já o burnout só pode ocorrer em quem está ativo no mercado de trabalho. Ele é uma síndrome resultante do estresse crônico não administrado no local de trabalho”. Síndrome e não doença: qual a diferença? Apesar de estar classificado desde 2022 como “doença ocupacional” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout não é tecnicamente uma doença. “A doença é uma condição médica com causas identificáveis. Já a síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem simultaneamente, normalmente sem causa definida”, explicou Ana Maria Rossi no podcast Bem-Estar. Três sinais que ajudam a identificar o burnout De acordo com a psicóloga, para ser diagnosticado com burnout, o profissional precisa manifestar três dimensões fundamentais: Exaustão – cansaço físico e emocional que não melhora nem com férias; Ceticismo – apatia, insensibilidade e distanciamento em relação ao trabalho; Ineficácia – queda na produtividade, alta margem de erro e sensação de incapacidade. Quem corre mais risco? A síndrome costuma surgir em profissionais insatisfeitos, desmotivados e que não respeitam seus próprios limites. “O profissional sabe que está ultrapassando seus limites, mas continua por diversas razões. Isso o torna um forte candidato a ter burnout”, disse Ana Maria Rossi. Entre os principais gatilhos estão: jornadas excessivas, insegurança no emprego, falta de apoio no trabalho, metas inalcançáveis, e conflitos entre vida pessoal e profissional. O burnout tem consequências graves. Afeta as pessoas de forma diferente, mas mesmo os casos leves, capazes de se prolongar por vários anos, podem levar a uma série de resultados negativos para a saúde. Isso inclui ansiedade e depressão relacionadas, aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, insônia, dores de cabeça e, talvez, o mais alarmante: aumento da mortalidade. Freepik Trabalho remoto é vilão ou aliado? Segundo a psicóloga, o home office teve efeitos diversos. Para alguns, trouxe ganho de tempo e produtividade. Para outros, principalmente os mais sociáveis, causou isolamento e dificuldade de adaptação. Apesar da percepção de aumento, Ana Maria alerta que o crescimento dos diagnósticos pode estar associado a confusões conceituais. “Há uma grande confusão. Burnout é só ligado ao trabalho. Não existe burnout gestacional, burnout do idoso. Não há comprovação científica disso”. Como tratar (e prevenir)? O tratamento pode incluir psicoterapia, antidepressivos nos casos mais graves e mudanças no estilo de vida. Mas, segundo a especialista, afastamento do trabalho nem sempre é a melhor solução: “Algumas pessoas não se beneficiam com o afastamento porque não têm apoio social. Elas se sentem inúteis e isso pode piorar o quadro”. A chave, segundo ela, está em adotar práticas de autocuidado e estabelecer limites claros: praticar respiração abdominal; manter momentos de lazer; buscar apoio emocional e social; cuidar da alimentação e evitar álcool e cigarro. Empresas também têm responsabilidade Com a classificação da síndrome pela OMS, o Brasil passou a ter novas regras. A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) determina que empresas criem políticas para prevenir o burnout — evitando, por exemplo, jornadas abusivas e assédio moral. A fiscalização, que estava prevista para maio de 2025, foi adiada para maio de 2026. Mesmo assim, Ana Maria acredita que o alerta já está aceso nos gestores: “Eles poderão ser responsabilizados juridicamente. Por isso, devem estar atentos a cargas de trabalho sustentáveis, reconhecimento e um ambiente de apoio aos funcionários”.
Aulas devem começar no primeiro semestre do próximo ano, no campus Darcy Ribeiro; curso terá duração de 4 anos. Universidade já tem laboratório de IA desde 2019. Ilustração de IA Freepik Respondendo à alta demanda da necessidade de profissionalização na área, a Universidade de Brasília (UnB) anunciou na terça-feira (17) a abertura do curso de bacharelado em Inteligência Artificial (IA). ?⚙️ ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. O curso ainda está em fase de planejamento, mas deve ter um currículo de quatro anos. A previsão é de que as aulas comecem no primeiro semestre de 2026, no campus Darcy Ribeiro. A UnB ainda não informou quantas vagas pretende oferecer na primeira turma. Além dessa iniciativa, a universidade já possui: ? Laboratório de Inteligência Artificial (AiLab): realiza projetos para organizações públicas e particulares que visam facilitar os processos de cada problema apresentado. Também oferece estágio para acadêmicos ligados ou não a UnB. O Laboratório já fez projetos para o jurídico brasileiro, entregando programas que geram celeridade nas burocracias jurídicas. ?️ Centro Integrado de Pesquisa em Inteligência Artificial (Cen.IA): une pesquisadores nacionais e internacionais em busca de inovação no meio tecnológico. Laboratório de IA Com local físico desde 2019, o AiLab fica localizado no campus Gama da UnB. O laboratório já realizou projetos para organizações pública e privadas com a participação de acadêmicos, sendo a maioria deles feitos para órgãos públicos jurídicas do Brasil. Veja alguns projetos abaixo: Projeto Victor: lê e interpreta o texto dos processos que chegam ao STF, realizando por fim a triagem. Projeto ALEI: Utilização de tecnologia para digitalizar processos judiciais no TRF1 e automatizar fases processuais na segunda instância. Projeto MANDAMUS: automatiza a entrega dos comunicados feitos pelos oficiais de justiça. Projeto Lesões de Pele: identifica através de uma foto tirada por celular qual o tipo de lesão, podendo identificar até o melanoma, que é um tipo de câncer de pele. Inteligência Artificial: impactos na criação artística Centro de Pesquisa de IA O Cen.IA opera com diversos colaboradores nacionais e internacionais, incluindo laboratórios e centros de pesquisa. Segundo a UnB, o espaço explora a aplicação de IA em áreas como: agricultura de precisão automação empresarial direito educação farmacologia medicina governança digital sustentabilidade ambiental. Veja outras novidades na área de IA: Bloqueio de celular por PM e previsão de chuva com IA: veja 3 anúncios do Google LEIA TAMBÉM: VÍDEO: vila de Brasília inundada pelo Lago Paranoá na década de 1950 é recriada usando IA FUTURO: Brasília com 199 anos? Veja projeção feita por especialistas de IA Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Mecanismo tem o objetivo de estimular a concorrência. Para governo, juros do crédito consignado para setor privado cobrados por algumas instituições financeiras estão elevados. O Banco Central publica em sua página na internet ranking das instituições financeiras informando a taxa de juros para várias linhas de crédito, o que envolve, também, o consignado ao setor privado com garantia do FGTS — modalidade inaugurada em março deste ano. A iniciativa visa a estimular a concorrência no sistema financeiro, em um momento no qual o Ministério do Trabalho informa que está "monitorando" os bancos que operam esse tipo de empréstimo. Para o governo, os juros do crédito consignado ao setor privado cobrados por algumas instituições financeiras estão elevados. Em caso de abuso, o governo informou que poderá descredenciá-los de ofertar os empréstimos. Trabalhador pode fazer a portabilidade do consignado CLT a partir desta sexta (06/06) Ranking do Banco Central O ranking do Banco Central com os valores das taxas de juros cobradas pelas instituições no consignado ao setor privado pode ser visto aqui. ➡️De acordo com o BC, o valor informado pelas instituições é a média das taxas de juros praticadas por elas. Já estão incluídos os encargos cobrados nas operações. ➡️O BC explicou que as taxas variam de um cliente para outro, dependendo de sua situação cadastral, do valor pago como entrada (se for o financiamento de uma compra) e das garantias consideradas na operação, entre outros. ➡️No ranking do Banco Central, que considera taxas praticadas entre 28 de maio e 3 de junho, a taxa média cobrada pelas 41 instituições listadas ficou em 3,2% ao mês. As taxas começam em 0,7% ao mês e vão até 6,48% ao mês. ➡️O valor da taxa média na pesquisa foi menor do que o patamar de abril de dessa mesma linha de crédito (3,94% ao mês) e, também, de outras, com cheque especial e cartão de crédito rotativo. Mas ainda está acima do patamar do consignado aos aposentados e servidores públicos no mês retrasado. ➡️O levantamento do BC, porém, engloba 41 instituições financeiras, enquanto o Ministério do Trabalho informa que há 66 estabelecimentos autorizados a operar a linha de crédito. Segundo o BC, as empresas que não aparecem ou não realizaram nenhuma operação de crédito, ou ela não prestaram informações no prazo previsto. Sem teto de juros Empréstino consignado é uma alternativa aos trabalhadores do setor privado Reprodução/TV Globo Apesar do monitoramento sobre as taxas de juros, o Ministério do Trabalho tem dito que não considera, até o momento, instituir um teto para os juros do consignado ao setor privado. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem defendido que não é necessário fixar um teto para os juros, pois as taxas cobradas, segundo a entidade, serão mais baixas com a garantia dos recursos do FGTS. No lançamento da nova modalidade de crédito, em cerimônia no Palácio do Planalto na semana passada, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que, caso seja "observado que o sistema financeiro esteja abusando, o governo poderá estabelecer teto de juros no futuro". Em março, o governo publicou um decreto do presidente Lula que determinando que o Comitê Gestor das Operações de Crédito Consignado será responsável por definir os parâmetros, termos e condições do contrato para empréstimos. Com isso, deixou a porta aberta para eventualmente, se julgar necessário, fixar um teto de juros ao consignado. Nova linha de crédito A nova modalidade de crédito, com garantia do FGTS, foi lançada oficialmente em 21 de março, por meio de plataforma disponibilizada pelo governo. ? As regras incluem o uso de até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo). A garantia está na Medida Provisória sobre a medida, mas ainda não foi regulamentada. Nesta linha de crédito, as parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira. O consignado ao setor privado já existia, mas, com as regras antigas, havia uma exigência de um acordo entre as empresas e os bancos — o que travava a liberação dos recursos. ? Desde 21 de março, a busca pelo crédito pode ser feita pelos trabalhadores diretamente por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), sem a necessidade de acordo com os empregadores. ?Desde 25 de abril, os trabalhadores podem contratar o empréstimo também por meio dos canais eletrônicos dos bancos habilitados. ?De 16 de maio em diante, os trabalhadores do setor privado podem renegociar sua dívida utilizando a chamada "portabilidade" para outro banco, mas têm de procurar as instituições financeiras. ?Desde 6 de junho, está sento permitida a portabilidade do crédito consignado entre as instituições financeiras. O objetivo é beneficiar os detentores de contratos antigos de empréstimos consignados que, em tese, possuem juros maiores.
Tutores devem fazer cadastro de seus animais no Centro Cultural Taguaparque, a partir das 7h45, de forma presencial. Gato olhando para a natureza. reprodução/canva O programa Castra-DF oferece mais de 1 mil vagas para castração de cães e gatos de graça. ?? Interessados podem fazer o cadastro de seus pets a partir das 7h45 deste sábado (21), no Centro Cultural Taguaparque, em Taguatinga, no Distrito Federal, de forma presencial e por ordem de chegada. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Cada tutor pode inscrever até dois animais. Os pets devem ter, no mínimo, seis meses de idade e 2kg. As cirurgias para os pets contemplados estão previstas para 15 de julho a 20 de agosto, nas Unidades Móveis de Castração em Taguatinga. Detalhes para fazer o cadastro ? Quando: 21 de junho ⌚ Horário: a partir das 7h45 ? Local: Centro Cultural Taguaparque, localizado na Rodovia DF-001, Pistão Norte, em Taguatinga ? Veja mais informações no site do Castra-DF. Ter um pet 'vale' tanto quanto receber R$ 500 mil extras por ano ou se casar, aponta estud LEIA TAMBÉM: VOCÊ SABIA? Ter um pet 'vale' tanto quanto receber R$ 500 mil extras por ano ou se casar, aponta estudo britânico AREIA PARA GATOS: como escolher a melhor opção para tutores e seus pets Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Animal já teve outros partos de gêmeos em fazenda de Pancas, no Noroeste do Espírito Santo. Vaca tem parto raro e dá à luz a trigêmeos em fazenda no ES Uma vaca deu à luz bezerros trigêmeos no sábado (14), no distrito de Vila Verde, em Pancas, no Noroeste do Espírito Santo. O nascimento é considerado raro na pecuária, já que, segundo veterinários, a cada 100 mil partos, um tem a possibilidade de ser trigêmeos. ? Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp Por ser tão raro e complexo, os bezerros Elisa, Maitê e Conectshow, como foram batizados, vão ser acompanhados de perto por uma equipe veterinária. A mamãe Esperança já tinha dado à luz gemêos em outros partos anteriores, mas os três filhotes surpreenderam toda a equipe da fazenda. ? Mamãe do ano Vaca Esperança teve bezerros trigêmeos em fazenda de Pancas, no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta O produtor Saulo Spilari contou que esta já é a quarta gestação da vaca, que está na família há cinco anos. "Quando deu umas 20h20, eu vim olhar. Quando eu cheguei, ela tinha parido e vi os três. Eu não acreditei na hora que eu vi. Ai eu liguei a lâmpada do curral, iluminei com a lanterna, com a lâmpada acesa para conferir mesmo. Fiquei todo contente e voltei pra contar pra minha esposa e para as minhas meninas", comentou o produtor. Esperança foi comprada ainda novilha por Saulo, no interior de Águia Branca, também no Noroeste do estado. Na primeira gestação, nasceram dois bezerros, mas apenas um sobreviveu. Na segunda, gêmeos de novo, um macho e uma fêmea, e os dois sobreviveram. Já na terceira, veio apenas um filhote. Vaca Esperança, de Pancas, Espírito Santo, já tinha dado à luz gêmeos em outros partos Reprodução/TV Gazeta Antes do último parto, o produtor pensou em vender a vaca, mas o comprador desistiu porque achou o animal magro e com a barriga muito grande. "Aí eu ia vender ela agora. O comprador vieo olhar e falou pra ela ficar. Ele disse que mais pra frente ia olhar ela de novo. E eu decidi não vender a Esperança. Deixei ela aqui e agora vieram três. A gente fica todo empolgado porque na nossa região nunca tinha acontecido", disse. Esperança, então, seguiu na família de Saulo, que brincava com a filha acreditando que em uma próxima gestação poderiam vir gêmeos de novo. LEIA TAMBÉM: Produtor rural de 95 anos esbanja disposição para colher 8 sacas de café por dia e cuidar da roça no ES VÍDEO: baleia jubarte é vista em praia de Vila Velha e marca início da temporada 2025 no litoral do ES VÍDEO: balé de cardumes chama a atenção na Baía das Tartarugas, em Vitória Bezerros trigêmeos Elisa, Maitê e Conectshow nasceram em fazenda de Pancas, Noroeste do Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Para a família, o animal sempre teve algo diferente. Foi até mesmo a mulher do produtor, Fernanda Ulich, que deu o nome de Esperança para a vaca, na torcida de que a vaca realmente pudesse ter mais gêmeos. Com isso, a vaca virou o novo xodó da fazenda. "Tem aquele ditado né? Esperança é a última que morre. Então, eu falei pra ele colocar Esperança, proque vai que vem mais bezerros gêmeos... Acabou que vieram realmente duas gestação de gêmeos e, agora, trigêmeos. Agora é só alegria e bênção aqui em casa", relatou. ?Genética De acordo com o veterinário Diego Frank, assim como acontece com o nascimento de gêmeos com humanos que possuem casos na família, esse tipo de gestação em vacas também pode estar ligado à predisposição genética do animal "Está mais ligado à genética. Essa vaca já teve outros partos de melares e essa é a primeira vez que ela está tendo um parto de trigêmeos", destacou o veterinário. Vaca de Pancas dá a luz a bezerros trigêmeos Mesmo possível, o parto múltiplo exige acompanhamento técnico e atenção redobrada por parte do produtor. No caso dos filhotes da vaca Esperança, o parto não teve nenhum veterinário no momento, mas agora os produtores vão ficar atentos ao crescimento dos bezerros. Frank explicou que essa atenção é necessária principalmente porque, muitas vezes, a mãe não produz leite suficiente para alimentar todos os filhotes. Então, a dieta da vaca precisa ser suplementada. "Precisa observar se a vaca também vai precisar de uma suplementação de vitaminas, minerais. O ideal é sempre ter um veterinário para dar esse suporte para o proprietário", pontuou. Além disso, o veterinário alertou para casos de trigêmeos que envolvem dois machos e uma fêmea filhotes. Nesse tipo de combinação, há uma grande probabilidade de a fêmea nascer infértil. Isso acontece porque ela compartilha a gestação com os irmãos machos e acaba absorvendo parte dos hormônios masculinos, como a testosterona, o que compromete seu sistema reprodutor. Produtor rural Saulo ficou surpreso quando viu vaca dando á luz a três bezerros na fazenda em Pancas, Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Parto de trigêmeos bovinos é considerado raro e aconteceu em fazenda de Pancas, Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo