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Crítica dos juros altos, a ministra fez o comentário em uma rede social. ' Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos', acrescentou. BC subiu a taxa para 15% ao ano nesta quarta-feira, que representa o segundo juro real mais alto do planeta. Ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann
Reuters via BBC
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou nesta quinta-feira (19) o aumento da taxa básica de juros da economia para 15% ao ano pelo Banco Central comandado por Gabriel Galípolo — conduzido ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC surpreendeu a maior parte do mercado financeiro nesta quarta-feira (18) ao subir a taxa básica de juros da economia de 14,75% para 15% ao ano. Esse é o maior patamar em 20 anos. Também representa o segundo juro real mais alto do planeta.
"No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos", disse a ministra Gleisi, em uma rede social.
Essa não é a primeira vez que Gleisi Hoffman, que ocupava o cargo de presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) até março deste ano, critica o aumento de juros. Até o fim do ano passado, entretanto, o alvo principal era o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro. Ele deixou o cargo em dezembro.
Banco Central do Brasil sobe selic para 15% ao ano
De acordo com o Banco Central, o aumento do juro é reflexo da atividade econômica ainda aquecida, embora mostre desaceleração, motivada entre outros fatores pela alta dos gastos públicos. Também é consequência da guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, além do conflito no Oriente Médio — que pressiona o preço do petróleo para cima e pode afetar a inflação brasileira.
Ao anunciar Galípolo para o comando do Banco Central, em dezembro do ano passado, o presidente Lula, também repreensor de juros elevados, prometeu que 'jamais" haveria interferência na gestão do chefe da autoridade monetária. Ele ainda não comentou a alta do juro anunciada pelo BC nesta quarta.
"Por isso que quero te desejar boa sorte, que Deus te abençoe. Eu quero que você saiba que jamais, jamais haverá da parte da presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central", disse Lula, em dezembro do ano passado.
19/06/2025
G1