O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está se preparando para decidir sobre a taxa básica de juros, a Selic, em sua reunião agendada para esta quarta-feira (17). A incerteza paira sobre a possível manutenção ou elevação da taxa, devido à divergência de opiniões entre os membros do comitê, em meio à valorização do dólar e aos impactos da seca nos preços de energia e alimentos.
Segundo o boletim Focus, que consulta analistas de mercado semanalmente, a expectativa é de um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic nesta reunião, com projeção de encerramento de 2024 em 11,25% ao ano.
A última elevação da Selic ocorreu em agosto de 2022, e desde então a taxa permaneceu estável em 10,5% ao ano nas duas últimas reuniões. No entanto, o Copom tem indicado a possibilidade de aumento devido à valorização do dólar e ao aumento dos gastos públicos, em um contexto que requer atenção aos indicadores de inflação.
A inflação para 2024, conforme o boletim Focus, subiu de 4,22% para 4,35%, aproximando-se do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação em agosto, mas é esperado que suba novamente devido à bandeira tarifária vermelha e aos impactos da seca nos preços dos alimentos.
A decisão do Copom sobre a Selic é crucial, pois a taxa é um importante referencial para a economia, influenciando diversas operações financeiras. Um aumento na Selic pode afetar o acesso ao crédito, incentivando a poupança e dificultando a expansão econômica, enquanto uma redução pode estimular a produção e o consumo, impulsionando a atividade econômica.