A Polícia Federal ouviu uma mulher nesta terça-feira, que afirmou ter sido vítima de assédio sexual por parte de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania. Almeida foi demitido do cargo após denúncias de assédio sexual feitas à ONG Me Too Brasil virem à tona. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida continua negando as acusações.
O depoimento da suposta vítima faz parte de uma investigação conduzida pela PF, que será encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, onde será decidido se a corte tem jurisdição para julgar o caso. A decisão de encaminhar o caso ao STF antes da formalização do inquérito é para evitar questionamentos futuros sobre a validade da investigação.
O caso veio à tona na quinta-feira, 5, através do site Metrópoles, e a ONG Me Too Brasil afirmou que Almeida foi denunciado por pessoas ligadas ao governo. Integrantes do governo já tinham conhecimento das denúncias há pelo menos três meses, relatadas por Anielle Franco. A denúncia chegou ao Palácio do Planalto, mas não avançou porque a ministra não formalizou a queixa, alegando não querer prejudicar o governo.
Após a exposição do caso, Silvio Almeida se defendeu nas redes sociais, declarando ser alvo de denúncias sem provas e solicitando esclarecimentos à Justiça. Ele foi posteriormente exonerado do cargo, após pressões de outros ministros do governo.
Almeida é o quarto ministro a deixar o governo Lula desde o início do mandato. Ele e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, são os únicos que foram demitidos por denúncias publicadas pela imprensa. A deputada estadual de Minas Gerais, Macaé Evaristo (PT), substituiu Almeida no comando da pasta de Direitos Humanos.
