Na terça-feira, 17 de agosto, iniciou-se a primeira parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, prevendo o início de um ciclo de aumento da taxa de juros. De acordo com projeções do Projeções Broadcast, a maioria das instituições financeiras consultadas prevê um aumento da Selic para 10,75% ao ano, representando um acréscimo de 0,25 ponto percentual.
A disparidade entre as expectativas de inflação e a meta estipulada tem sido apontada como o principal motivo para o aumento da taxa de juros, com preocupações também expressadas pelos representantes do Banco Central em relação a essa tendência crescente. A incerteza em relação à situação fiscal tem contribuído para essa decisão, apesar de ter impulsionado o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, podendo limitar a eficácia da política monetária.
A pesquisa Focus divulgada em 16 de agosto revelou que a mediana das estimativas para a Selic permaneceu em 11,25% ao ano para o final de 2021, mas subiu para 10,50% ao ano em 2025. Além disso, as projeções para a inflação nos próximos 12 meses superaram 4,00% e as estimativas para o déficit primário em relação ao PIB foram ajustadas.
Apesar das previsões iniciais indicarem aumentos maiores na taxa de juros para setembro, ajustes foram feitos após declarações dos diretores do Banco Central. A reunião do Copom contará com a presença de dois presidentes, incluindo o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado para assumir o comando do BC a partir de 2025.
Essa transição inédita ocorre devido à lei de autonomia operacional do Banco Central, de 2021, e Galípolo assumirá o cargo em janeiro, caso seja aprovado em sabatina no Senado. A reunião do Copom se encerra em 18 de agosto, com expectativas em relação à confirmação do início de um novo ciclo de aumento da taxa de juros.
