A violência no Brasil continua sendo um problema grave, afetando de maneira desproporcional a população negra. Segundo dados de 2022 do Ministério da Saúde, uma pesquisa do Instituto Sou da Paz revelou que a taxa de homicídios por arma de fogo entre homens negros é alarmante, chegando a 44,7 por 100 mil, enquanto para o restante da população masculina é de 14,7.
A coordenadora da pesquisa, Cristina Neme, alertou que essa disparidade persistente exige uma atenção urgente por parte dos governantes, ressaltando que as medidas adotadas até o momento não têm sido suficientes para reverter esse cenário preocupante. É alarmante que 79% das vítimas de homicídios por arma de fogo sejam homens pretos ou pardos.
A região Nordeste concentra quase metade dos homicídios por arma de fogo no país, com uma taxa de 57,9 mortes por 100 mil homens, enquanto o Sudeste apresenta a menor taxa, com 16,2 por 100 mil homens, apesar de registrar 21% dos homicídios masculinos.
A pesquisa também aponta que metade dos assassinatos ocorrem em vias públicas e 11,2% dentro de residências. Além disso, os jovens são as principais vítimas, com 43% dos homicídios por arma de fogo acontecendo entre pessoas de 20 a 29 anos.
Os dados evidenciam que a população negra é a mais vulnerável à violência homicida, sendo influenciada por fatores estruturais como o acesso limitado a serviços públicos básicos.
Apesar de uma redução de 3,4% nos homicídios entre 2022 e 2023, o perfil das vítimas permanece inalterado. Medidas eficazes são urgentemente necessárias para combater essa desigualdade e garantir a todos os brasileiros o direito à vida e à segurança.
