O governo boliviano acusou Evo Morales de ter forjado um ataque que teria sofrido no último domingo (27). Segundo o ministro de Governo, Eduardo del Castillo, o comboio em que Morales estava teria atirado contra uma patrulha da unidade antidrogas FELCN em Chapare, região cocaleira de Cochabamba. O ministro alegou que os veículos da caravana de Evo não diminuíram a velocidade ao serem sinalizados pela patrulha e até sacaram armas de fogo.
O governo também afirmou que Morales teria ordenado a incineração dos veículos após o confronto, destruindo possíveis evidências. Por outro lado, Morales defendeu que os disparos foram uma resposta aos tiros dos policiais e acusou o governo de tentar encobrir o incidente.
A relação entre Morales e o atual presidente boliviano, Luis Arce, tem sido marcada por conflitos, especialmente devido à disputa pela indicação presidencial do partido MAS para as eleições do próximo ano. A tensão entre eles se intensificou nas últimas semanas, com manifestações de apoiadores de Morales bloqueando estradas em protesto.
Morales está impedido de se candidatar desde dezembro do ano passado, quando o Tribunal Constitucional da Bolívia reverteu a permissão para reeleições indefinidas. Ele é acusado de estuprar e engravidar uma adolescente em 2015, acusações que ele alega serem uma tentativa de impedir sua candidatura novamente.