O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Justiça Federal de Curitiba forneça informações detalhadas sobre a destinação dos bens entregues pelo delator Alberto Youssef à Operação Lava Jato, no âmbito de sua colaboração premiada. Fachin solicitou esclarecimentos sobre para quem foram repassados os valores referentes aos objetos entregues por Youssef, que incluem diversos imóveis e veículos de luxo.
De acordo com Fachin, as informações prestadas até o momento pela Justiça Federal de Curitiba não são claras em relação à destinação dos valores e dos bens entregues pelo delator. O ministro deu prazo de cinco dias para que sejam apresentados detalhes sobre o trâmite processual seguido em cada caso e as providências que ainda estão pendentes.
Essa decisão de Fachin foi tomada no contexto da homologação da delação de Youssef e visa esclarecer eventuais pendências na destinação dos bens e valores provenientes da colaboração premiada. A Procuradoria-Geral da República também constatou que ainda há pendências na alienação dos bens de Youssef e na destinação dos recursos provenientes da delação.
Além disso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está investigando um grampo telefônico instalado na cela de Youssef durante o início da Operação Lava Jato, o que levantou a possibilidade de revisão ou anulação dos termos da delação do doleiro. A Lava Jato também está sendo alvo de investigações do CNJ, que identificou irregularidades na homologação e gestão dos acordos de colaboração e leniência.
O juiz Eduardo Appio, que sucedeu Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, afirmou que a Justiça Federal na região precisa melhorar o sistema de gestão de bens e valores apreendidos durante a Lava Jato, destacando a necessidade de controle efetivo e aprimoramento na gestão desses ativos.