O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) irá divulgar nesta sexta-feira, às 17h, o relatório preliminar sobre o acidente aéreo que causou a morte de 62 pessoas em Vinhedo, no interior de São Paulo, em 9 de agosto. Esse acidente, o maior registrado no Brasil desde 2007, ainda apresenta incertezas, mas o novo relatório trará informações importantes sobre os momentos finais do voo da companhia aérea Voepass, que partiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP).
De acordo com o Cenipa, a investigação está em andamento e pode levar meses para ser concluída, mas o relatório preliminar já revela aspectos significativos sobre as possíveis causas da tragédia. Um ponto de destaque são as gravações das caixas-pretas, que registraram diálogos cruciais entre o piloto e o copiloto momentos antes da queda. O copiloto teria mencionado a necessidade de aumentar a potência do motor, seguido por momentos de tensão e gritos na cabine. Essas informações podem ser cruciais para entender o que ocorreu antes da perda de altitude.
Além disso, o relatório aponta que o avião, um ATR 72-500, perdeu altitude repentinamente, um fato previamente identificado. Contudo, a análise das gravações não é suficiente para determinar a causa definitiva do acidente. As condições meteorológicas, possíveis falhas mecânicas e a atuação dos pilotos estão sendo investigadas pela equipe de especialistas do Cenipa.
Paralelamente às investigações do Cenipa, a Polícia Federal está colaborando para apurar possíveis responsabilidades criminais no acidente. Um Laudo de Sinistro Aeronáutico, a ser elaborado pela PF, visa investigar se houve negligência ou outros fatores humanos que possam ter contribuído para a tragédia. Peritos da PF estão examinando destroços da aeronave, motores e sistemas críticos em busca de evidências que esclareçam as circunstâncias da queda.
O acidente do voo da Voepass é comparado a uma das maiores tragédias aéreas da história do Brasil, que ocorreu em 2007, quando um avião da TAM se chocou com um prédio em São Paulo, resultando na morte de 199 pessoas. Desde então, o país não havia enfrentado um acidente com um número tão elevado de vítimas fatais.