A juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 8ª Vara Criminal Federal de São Paulo, decidiu autorizar a Polícia Federal a dar continuidade às investigações envolvendo o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, no caso da máfia das creches. A solicitação de arquivamento do inquérito feita pela defesa de Nunes foi indeferida pela magistrada, que permitiu a realização de diligências para esclarecer transações suspeitas entre uma entidade com contrato com a Prefeitura.
A defesa do prefeito contestou o inquérito, alegando falta de indícios de condutas ilícitas e caracterizando a investigação como eleitoreira. No entanto, a Polícia Federal argumentou que a complexidade do caso justificava a continuidade das investigações. O Ministério Público Federal também concordou com a PF, solicitando a abertura de um novo inquérito policial sigiloso para esclarecer os fatos suspeitos.
Durante as investigações, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresas relacionadas ao prefeito e à entidade investigada, totalizando milhões de reais. Nunes negou ser sócio das empresas, mas admitiu coordenar os trabalhos, alegando que os pagamentos recebidos referiam-se a serviços prestados e comprometendo-se a apresentar documentos que comprovem essa alegação.
O prefeito se pronunciou novamente, reiterando que não existem provas contra ele após uma extensa investigação e questionando a inclusão de seu nome no inquérito. Ele enfatizou que já forneceu todos os esclarecimentos necessários às autoridades e negou qualquer ligação de sua empresa com possíveis atividades ilícitas.
Com a decisão da juíza, a Polícia Federal poderá dar continuidade às investigações sobre o caso, buscando esclarecer as suspeitas levantadas em relação às transações envolvendo a entidade e o prefeito.