Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, está apostando na entrada de Lula (PT) em sua campanha como uma estratégia para conquistar eleitores de diferentes segmentos, incluindo os mais pobres e evangélicos. Uma pesquisa recente do Datafolha mostrou que Boulos enfrenta desafios em alguns grupos específicos do eleitorado, como os de baixa renda, com ensino fundamental, pardos e evangélicos.
Apesar de estar em empate técnico com outros candidatos, Boulos vê a presença de Lula como uma oportunidade para aumentar sua intenção de voto e reduzir a rejeição em segmentos onde seu desempenho é mais fraco. No entanto, o apoio de Lula não garante automaticamente votos para Boulos e, em alguns casos, pode até gerar rejeição.
O candidato do PSOL está buscando se destacar entre os eleitores de renda mais alta, enquanto enfrenta desafios com os evangélicos, grupo em que Lula tem uma alta taxa de rejeição. A associação com Lula também não necessariamente se traduz em um aumento direto na intenção de voto entre os eleitores que apoiaram o ex-presidente em 2022.
Boulos está apostando na visibilidade trazida por Lula para alcançar eleitores menos engajados e que historicamente tendem a votar na esquerda. Sua estratégia inclui destacar a presença de Marta Suplicy na chapa e ressaltar que o candidato Nunes é apoiado por Bolsonaro. A campanha também visa enfraquecer o bolsonarismo para minar a ascensão de outros candidatos.
Durante sua participação no programa “Roda Viva”, Boulos enfatizou sua confiança no eleitor mais popular e pobre, buscando um crescimento significativo nesse grupo. A campanha do PSOL está trabalhando para chegar a esses eleitores com propostas específicas e destacando a experiência de Marta na gestão municipal.