A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, em entrevista à agência de notícias Reuters, destacou que mesmo um mês após as eleições presidenciais contestadas, os protestos de rua e a pressão internacional ainda têm o potencial de derrubar o ditador Nicolás Maduro. Ela ressaltou a importância da coordenação entre forças internas e externas para alcançar a mudança desejada e mencionou que o campo político opositor possui uma estratégia robusta para chegar ao poder, sem entrar em detalhes específicos.
Maria Corina descartou a possibilidade de Maduro permanecer no poder apenas com o apoio das Forças Armadas e convocou novos protestos para marcar um mês desde as eleições presidenciais. A oposição alega ter vencido as eleições, apesar da declaração oficial do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela confirmando a reeleição de Maduro sem apresentar as atas eleitorais que comprovariam esse resultado.
Tanto María Corina quanto o ex-diplomata Edmundo González, indicado por ela para concorrer à Presidência, têm enfrentado acusações e perseguições por parte do regime de Maduro, que os responsabiliza por atos de violência em protestos pós-eleitorais. González ignorou intimações para depor em uma investigação criminal contra ele e María Corina. A coalizão opositora denunciou a perseguição judicial e alegou que a convocação tinha o objetivo de justificar um eventual mandado de prisão contra González.
Além disso, María Corina também denunciou o desaparecimento de Perkins Rocha, advogado da oposição, e foi anunciada como uma das três finalistas do prêmio Vaclav Havel do Conselho da Europa, que reconhece ações em defesa dos direitos humanos.