Um levantamento recente realizado pela 2ª Promotoria de Justiça de Piracicaba apontou que mais da metade das vagas na Polícia Civil na cidade estão sem preenchimento. Dos 346 cargos estabelecidos em lei para a Seccional de Piracicaba, somente 168 estão ocupados, o que representa 49% do total. Essa escassez de efetivo não afeta apenas Piracicaba, mas também outras localidades abrangidas pela Seccional, como Águas de São Pedro, Capivari e Charqueada.
A situação é preocupante, especialmente no que diz respeito às funções essenciais para as investigações, como delegados, escrivães e investigadores. De acordo com o estudo, apenas 58% dos cargos de delegados estão ocupados, enquanto o número de escrivães e investigadores em atividade é ainda menor, com 49,4% e 38,4% das vagas preenchidas, respectivamente.
A Promotoria local destaca que essa carência crônica de pessoal na Polícia Civil tem impactos negativos no combate à criminalidade e na resolução de casos. Com menos policiais disponíveis, a sobrecarga de trabalho dos profissionais em atividade aumenta, o que pode comprometer a eficiência das investigações e o acompanhamento das ocorrências criminais.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo se pronunciou sobre o estudo, assegurando que a redução do déficit de efetivo é uma prioridade da gestão atual. Medidas estão sendo implementadas para abordar o problema, incluindo a formação de 3,3 mil novos policiais civis prevista para setembro deste ano, além de concursos públicos em curso para preencher 3.135 vagas de delegados, escrivães e investigadores.
No entanto, o promotor de justiça Aluísio Antonio Maciel Neto, responsável pela pesquisa, ressalta que é necessário tomar medidas mais urgentes. Ele enfatiza que a diminuição do número de policiais civis, apesar da criação de novos departamentos especializados, intensifica a sensação de insegurança na população. Para ele, é crucial expandir as forças de segurança pública para combater a criminalidade de forma mais eficaz.
Além da escassez de pessoal, o estudo revelou que menos de 13% das ocorrências registradas na região resultam em inquéritos policiais. Esse dado evidencia as dificuldades de investigação devido à falta de pessoal, o que contribui para um ciclo de impunidade. O promotor sugere que a solução passa por aumentar o efetivo e implementar rondas policiais mais estratégicas, baseadas em dados estatísticos.