Empresários do varejo brasileiro expressam preocupações sobre o impacto das apostas esportivas, conhecidas como “bets”, no padrão de consumo de alimentos e outros produtos comercializados pelo setor. Entidades representativas estão em busca de restrições a essa prática no Congresso Nacional, buscando apoio do Executivo. O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) discutiu o tema com o vice-presidente Geraldo Alckmin, enquanto a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em parceria com empresas como a Unilever, está apoiando uma Proposta de Emenda à Constituição que visa limitar a publicidade de casas de apostas.
Estudos apontam que o crescimento das apostas no Brasil está afetando o orçamento familiar, com parte do dinheiro antes destinado a poupança, estabelecimentos de entretenimento, vestuário, alimentação, entre outros, sendo realocado para as apostas. Previsões indicam que os gastos com apostas esportivas podem atingir cifras bilionárias em 2023, impactando consideravelmente o orçamento das famílias, especialmente das classes D e E.
A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) observou que muitos consumidores estão comprometendo suas rendas devido ao hábito de apostar, o que resulta em cortes de despesas em categorias como vestuário, supermercado e cuidados com a saúde. Empresários e especialistas do setor acreditam que o aumento dos gastos com apostas está afetando o consumo de forma geral e planejam aprofundar pesquisas sobre o impacto dessa prática. Além disso, questões relacionadas à saúde pública, segurança alimentar, acesso a crédito e tributação das apostas também são consideradas relevantes nesse debate.