O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, criticou a reação da ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela em resposta ao veto do Brasil à entrada do país vizinho no Brics, considerando-a desproporcional. Amorim afirmou que a crítica do regime Maduro ao governo brasileiro e ao Itamaraty após o bloqueio de Caracas no grupo é injustificada.
O governo venezuelano atacou o Brasil fortemente, acusando-o de perpetuar ódio, exclusão e intolerância, além de considerar o veto uma agressão e um gesto hostil. Maduro chegou a afirmar que o Itamaraty é um órgão vinculado aos Estados Unidos e classificou o veto como uma “facada nas costas”.
Amorim, enviado pelo governo federal para acompanhar as eleições na Venezuela, enfatizou a importância das eleições parlamentares e regionais no país, previstas para 2025, como parte do processo de reconciliação. Ele evitou rotular o regime Maduro como uma ditadura, seguindo a posição do ex-presidente Lula, que já descreveu o governo venezuelano como tendo um “viés autoritário”.
Durante sua visita à Venezuela, Amorim se reuniu com opositores e expressou preocupação com a escalada autoritária no país, destacando a falta de abertura ao diálogo por parte do governo venezuelano. Além disso, o embaixador ressaltou a importância da transparência no processo eleitoral e manifestou esperança de que o mal-estar nas relações entre Brasil e Venezuela seja superado.