Aliados de Jair Bolsonaro adotam estratégia cautelosa na eleição municipal de São Paulo
Os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro estão adotando uma postura estratégica na eleição municipal de São Paulo, mantendo uma abordagem cautelosa na disputa pela cidade com o maior colégio eleitoral do país. Bolsonaro declarou apoio formal à reeleição de Ricardo Nunes (MDB), mas também demonstrou abertura para o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), com quem havia tido atritos recentes.
A movimentação de Bolsonaro foi marcada por uma série de ações ambíguas. Inicialmente, ele divulgou um vídeo destacando declarações polêmicas de Marçal, mas posteriormente gravou outro vídeo dando espaço para o ex-coach participar de um evento e seu filho, vereador Carlos Bolsonaro (PL), anunciou que resolveram suas diferenças após uma conversa por telefone.
Os aliados próximos de Bolsonaro argumentam que essa postura é uma estratégia para observar o desenrolar da campanha. Eles reconhecem as chances reais de Marçal chegar ao segundo turno e decidiram evitar um afastamento com ele, que poderia se tornar o principal adversário de Guilherme Boulos (PSOL) na etapa final da disputa.
A estratégia de atuação de Bolsonaro também foi influenciada pela pesquisa Quaest, que indicou que a campanha negativa contra Marçal não teve o impacto esperado. Isso levou o ex-presidente a rever sua abordagem inicial e reconsiderar suas decisões.
Apesar das tensões com Nunes e da pressão de seus apoiadores nas redes sociais, Bolsonaro parece improvável que rompa com a campanha do prefeito, especialmente devido à indicação do vice na chapa pelo ex-presidente. Além disso, a influência política do governador de São Paulo também influencia essa decisão.
A campanha de Ricardo Nunes já esperava essa postura cautelosa de Bolsonaro e acredita que a presença do coronel Mello Araújo na chapa mantém o ex-presidente ligado à candidatura do prefeito. A incerteza na corrida eleitoral em São Paulo obriga Bolsonaro a adotar uma postura cuidadosa e evitar rupturas bruscas.