De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), os jogos de apostas online deixaram cerca de 1,3 milhão de brasileiros inadimplentes no primeiro semestre deste ano. O setor está sob observação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que busca acelerar a regulamentação para reduzir os riscos associados às apostas, consideradas uma fonte significativa de endividamento.
Segundo a CNC, os brasileiros gastaram aproximadamente R$ 68,2 bilhões em apostas online entre junho de 2023 e junho de 2024, o que representa 0,62% do Produto Interno Bruto (PIB). A confederação cruzou dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) com o Balanço de Pagamentos do Banco Central para chegar a esses números.
O estudo apontou que 22% da renda disponível das famílias brasileiras foi destinada às apostas no último ano, levantando preocupações econômicas e sociais devido ao aumento do endividamento e ao comprometimento do orçamento. A CNC estima que o varejo possa sofrer uma redução anual de até 11,2% no faturamento devido às apostas não regulamentadas, resultando em uma perda de R$ 117 bilhões por ano.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), os consumidores têm reduzido suas compras, principalmente em itens como vestuário, supermercados e viagens, devido ao interesse crescente em apostas online. Desde a autorização das apostas esportivas em 2018, o mercado de apostas online tem se expandido rapidamente.
A CNC alerta que certas modalidades de apostas online, como o “Jogo do Tigrinho”, podem ter um impacto ainda maior sobre os jogadores de baixa renda, podendo agravar o ciclo de pobreza e desigualdade. A confederação enfatiza a importância da regulamentação do setor para proteger os consumidores e o mercado varejista.